martes, 20 de marzo de 2012

100 mejores grupos brasileros

Fuente http://rateyourmusic.com/list/sallamanka/rolling_stones_top_100_brazilian_albums

1

Os Novos Baianos
Acabou Chorare (1972)

danilo_bmm @Jul 29, 2008
Acabou Chorare
Os Novos Baianos
Acabou Chorare Rated: 4.50 stars

Apenas hoje tive notícia da citação deste disco como o melhor disco de música brasileira já lançado (eleito pela Rolling Stones). Não entrando no mérito dos outros discos candidatos ao posto, creio que felizmente ele foi muito bem lembrado. Justo para um país sem memória como o Brasil, onde essas músicas, ainda quando bem tocadas, nunca levam junto a citação aos seus compositores ou ao grupo.

Qual não foi minha surpresa, na época em que ouvi o disco, ao saber que estas excelentes músicas que passam em rádios de bom gosto se concentravam num só disco, e aqui não posso deixar de citar Preta Pretinha e Brasil Pandeiro, as músicas da época que mais permanecem vivas até hoje. Já na primeira audição (feita há quase um ano) me fez perceber o quão atemporal ele se tornou por isso.

O nome deste disco foi dado em homenagem à filha de João Gilberto, Bebel, que quando pequena misturava frases em português com o espanhol falado no México. A homenagem foi dada devido a influência de João Gilberto na mudança de estilo da banda, até então tendente ao rock psicodélico da época. E o bom resultado disto é visto na permanência de importância deste disco ainda nos tempos de hoje, completando e inovando ainda mais a musicalidade brasileira. Ainda que eu acredite que o disco também tenha servido como base para a péssima música baiana dos novos tempos (a música 'swingue de Campo Grande' por ex.), novos tempos estes que se tornarão velhos mais rápido que este disco de 1972.

Bebel Gilberto virou uma ótima cantora e nunca teve o seu merecido momento, enquanto João Gilberto continua a influenciar gente que se preze a entender de música, porém esquecido para os que não.

2

Various Artists
Tropicália ou Panis et Circencis (1968)

londonrain @Nov 17, 2004
Tropicália ou Panis et Circencis
Various Artists
Tropicália ou Panis et Circencis Rated: 5.00 stars

Named after both a movement (Tropicália/Tropicalismo) and an Os Mutantes song that graces the third track ('Panis et Circenses'), Tropicália ou Panis et Circensis is a fantastic overview of the state of rock 'n roll, psychedelic music, and Brazilian pop in general (more often known as MPB) as it stood in 1967.

Brazilian music is marked by a glorious contradiction of sincere passion and whimsical abandon. It is my opinion that many of the ideas regarding instrumentation and songwriting were simply unmatched by American or British musics - in some cases for decades, and in some cases, they remain unmatched. Though there is a heavy orchestral presence in many of the songs, most of them still embody rock 'n roll in all its splendor. It is clear that the principal artists on this disc - Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa, and the band Os Mutantes - shared not only a deep affection for the music they created, but an ego-free ability to supplement each others' music (Gilberto Gil was backed up by the Os Mutantes, who often played songs Caetano Veloso helped them write; Caetano, in turn, often performed duets with other musicians, and also wrote for Gal Costa).

While not entirely comprehensive, this disc is an amazing overview of the music at this particular place and time - an enchanting variety of music that would only mature over the next few years.

3

Chico Buarque
Construção (1971)

mcmirande @Jul 03, 2007
Construção
Chico Buarque
Construção Rated: 4.50 stars

Deus lhe pague (5) Cotidiano (4) Desalento (4) Construçao (5) Cordao (4) Olha Maria (3,5) Samba de Orly (4,5) Valsinha (4) Minha história (Gesubambino) (4,5) Acalanto (4) = 42,5/10 = 4,25

Un disco de música típicamente brasilera, pero con una dosis importante de experimentación que lo hace aún más interesante. "Construçao" merece una mención especial; esa canción por sí sola podría justificar la existencia de todo el disco, la letra es desgarradora y brillante. Particularmente me gusta mucho también "Minha historia", una canción simple pero con mucho sentimiento. Este disco es un clásico que hay que escuchar.

4

João Gilberto
Chega de Saudade (1959)

sassi @Sep 03, 2007
Chega de Saudade
João Gilberto
Chega de Saudade Rated: 5.00 stars

How many times you see a artist inventing a new genre? How many times, out of blue, someone come with something beautiful that no one have never heard before. The genius of João Gilberto is that Bossa Nova didn’t come to him by accident, he set to himself the mission of change the landscape of music. Lots of doubt and pain. Not many people set to himself this kind of challenge, and even fewer accomplish the final goal (in 20th century, maybe one or two per decade). This record is the result. Its special, its beautiful and its rare.
Enjoy this and the direct son of Chega de Saudade: Samba Esquema Novo. Lighting strikes in the same place twice.

5

Secos & Molhados
Secos & Molhados (1973)

londonrain @Jul 20, 2004
Secos & Molhados
Secos & Molhados
Secos & Molhados Rated: 4.50 stars

Brazilian music provides two large subgenres that draw the majority of attention. The first is comprised of those fans dedicated to bossa nova, the vast tradition of hushed combinations of jazz and folk, generally performed by solo artists or in duet. The others generally find themselves entranced with the whimsically psychedelic songs of mid-to-late 60s bands such as Os Mutantes and Modulo 1000 and artists such as Gilberto Gil and Gal Costa.

Secos & Molhados defy all but the easiest Brazilian pop classification - MPB. A fresh take on rock, pop, folk, jazz, and even glam, their eponymous debut Secos & Molhados combines genres in a manner so innovative and inspiring that 33 years later, it sounds as yet wholly unique among Brazilian music. Subtle but grand vocal harmonies find their counterparts in strummed acoustic guitars and downplayed electric guitar noodling. The result is a collection of twelve delightfully simple and uplifting pop songs, well-written and well-executed.

6

Jorge Ben
A Tábua de Esmeralda (1974)

IENDIS @Oct 03, 2003
A Tábua de Esmeralda
Jorge Ben
A Tábua de Esmeralda Rated: 5.00 stars

Um exercício mental que algumas pessoas gostam de fazer é ficar especulando o que certos artistas ou bandas fariam, ou teriam feito, caso não tivessem morrido, não tivessem se dissolvido ou simplesmente não tivessem encerrado a carreira. Um dos grupos que mais costumam freqüentar tais cabeças pensantes são os famigerados Beatles.

Refinemos nossas elucubrações e imaginemos que o quarteto de Liverpool, em vez de se separar, tivesse optado por fazer uma tour pelo Brasil e ficasse o dia todo ouvindo samba-rock, samba soul, um tiquinho de tropicália e algo da jovem guarda. Temo que circa 1975 o maior grupo da história faria um disco do quilate deste A Tábua de Esmeralda. Vou um pouco além na minha heresia e afirmo que o hipotético disco dos ingleses ainda soaria inferior, porque lhes faltaria um pouco do swing e da malandragem do carioca Jorge Ben.

Tudo isso para dizer que este disco tem uma levada pop absolutamente fantástica. É claro que a levada do samba é forte e que os elementos de funk e de soul, de que Jorge era devoto, também estão presentes. Mas falo principalmente de uma idéia geral (um tipo ideal, diriam os weberianos) de pop, ou seja, de algo meio sem compromisso, meramente “cantarolável”, de melodias pegajosas e de letras... bem, letras um tanto simplórias. Mas, vamos lá! As letras das músicas de Jorge Ben - já nos lembrava o produtor Armando Pitigliani, nas notas de contracapa de Sacundin Ben Samba, de 1964 – vão muito além do texto e fazem parte mesmo da complexidade rítmica de sua música. Ainda assim, mesmo se se considerar o aspecto poético-literário, não há falar que sejam indignas de respeito as letras de “Eu Vou Torcer”, “Zumbi” e “O Namorado da Viúva”. As duas primeiras pelo seu conteúdo histórico-político-social e a última, pela graça e humor, que caem como uma luva numa canção que nada mais é do que um “sambão” irresistível. E já que é para expressar uma quase adoração por este disco, por que não dizer que a letra de “Minha Teimosia, Uma Arma Pra Te Conquistar” tem lá um certo lirismo romântico que também não chega a ser desprezível?

Trata-se de um disco que é o resultado esmerado de uma linha que Jorge adotara já desde O Bidú: Silêncio no Brooklin e que vinha sendo lapidada a cada lançamento seu: “é o samba-rock, meu irmão!” É mais, é samba soul, samba-pop, "samba-beatles" (?!?!) E como ufanismo pouco é bobagem, é do Brasil um dos melhores dos anos 1970. Salve!

7

Milton Nascimento & Lô Borges
Clube da Esquina (1972)

Kairos_ @Jul 28, 2006
Clube da Esquina
Milton Nascimento & Lô Borges
Clube da Esquina Rated: 5.00 stars

Ce fabuleux album sorti en 1972 est le 4ème de Milton Nascimento. Replaçons-le dans son contexte musical: au Brésil la bossa nova vit alors son âge d'or (Tom Jobim sort un de ses meilleurs opus - Jobim - la même année) et le mouvement tropicalia/MPB (musica popular brasileira) initié notamment par Gilberto Gil, Caetano Veloso, Tom Zé, Os Mutantes et Gal Costa à la fin des années 1960 est tout récent.

Milton est né à Rio de Janeiro en 1942 mais a déménagé très rapidement dans l'état du Minas Geraes, d'abord à Três Pontas puis dans la capitale de l'état, Belo Horizonte. Il y rencontre l'extraordinaire chanteuse Elis Regina (qui reprendra de nombreuses compositions de Milton) et beaucoup de musiciens/paroliers locaux tels que les frères Borges (Lô et Marcio), Fernando Brant, Ronaldo Bastos, Toninho Horta, Flavio Venturini, Nelson Angelo, Beto et Milton Guedes, et autres mineiros. Voilà le fameux "clube da esquina" ("club du coin") formé. A cette dream team viennent s'ajouter (sur cet album) Eumir Deodato, qui était déjà le grand arrangeur que l'on connaît, Wagner Tiso, Luiz Alves et Robertinho Silva.

Le gang sortira trois albums (écrits entièrement en portugais): Milton en 1970, Clube da Esquina en 1972 (crédité Milton Nascimento et Lô Borges) et sa suite intitulée simplement Clube da Esquina 2 en 1978. Si tous sont de grandes réussites, le premier Clube reste la référence et le plus populaire.

Par rapport aux débuts de Milton (notamment son chef-d'oeuvre Courage de 1968), il y a quelques évolutions importantes, dues en partie au jeune co-compositeur Lô Borges, qui n'avait que 19 ans à l'époque (et sortit son excellent album éponyme la même année). L'esprit jazz "CTI" de Courage fait place aux sonorités pop, inspirées des Beatles. Aucun musicien ne fait d'étalage excessif de sa virtuosité: toutes les chansons (qu'elles soient signées Borges ou Nascimento), parfois très simples et directes, sont magnifiquement composées, et les multiples influences (bossa, jazz, pop, rock progressif, soul, musiques afro-latines et folkloriques...) sont parfaitement intégrées. L'ensemble est très cohérent, les arrangements sont discrets et n'ont pas pris une ride.

Ainsi l'intro à la guitare de "Tudo Que Você Podia Ser" suivie de la douce voix, chaude, poignante et plaintive de Milton est un véritable bonheur, tout en simplicité. Le refrain entêtant "Você pega o trem azul/O sol na cabeça/O sol pega o trem azul/Você na cabeça" sublime la chanson "O Trem Azul", qui sera d'ailleurs reprise par Elis Regina et même Antonio Carlos Jobim dans son ultime album Antonio Brasileiro de 1994, dans une version anglaise très réussie ("The Blue Train"). Le break au piano du hit "Um Girassol da Cor de Seu Cabelo" est aussi mémorable. Ces chansons et bien d'autres ("Cais", "Nada Sera Como Antes", etc.) sont devenues des standards et les groupes de chanteurs tels que Quarteto em Cy ou MPB-4 les ont souvent reprises.

L'ambiance générale sur ces 21 titres est très mélancolique, mais fluide, sans agression, tout en finesse, et ne peut que donner envie de sourire et de frissonner (de plaisir et d'émotion...). Même si l'on ne comprend pas les paroles, il est difficile de rester insensible en écoutant les plaintes de "Pelo Amor de Deus" ou "Os Povos": on touche à l'éternel.
Bref, s'il n'y avait qu'un album de MPB à posséder, ce serait sans doute celui-là. D'ailleurs pour finir sur un solide argument d'autorité, le grand Caetano Veloso a dit que la voix de Milton est "si élevée qu'on dirait qu'elle a été faite pour transposer les montagnes de Minas Geraes"...

8

Cartola
Cartola (1976)

sallamanka @Nov 10, 2007
Cartola
Cartola
Cartola Rated: 4.00 stars

Cartola foi apresentado aos estúdios de gravação tardiamente. Felizmente, o convite para que o artista perpetuasse sua obra foi feito a tempo. Assim, muitos clássicos da música popular brasileira puderam ser registrados com a voz de seu próprio autor. Se isso não ocorresse, o conhecimento de suas composições seria possível apenas através dos songbooks e versões encartadas nos álbuns de terceiros.

¨As Rosas Não Falam¨, por exemplo, não poderia não ter sido gravada pelo próprio Cartola. Seria um crime cultural. E confesso que senti certo alívio ao ouvir este álbum, por ter certeza que o desprezo com o qual a nossa sociedade trata a arte tenha sido revertido em tempo hábil neste título.

A capa do disco também é interessantíssima por retratar o casal símbolo da escola de samba carioca, a Mangueira: Cartola e Dona Zica.

9

Os Mutantes
Os Mutantes (1968)

LucyStardust @Dec 25, 2004
Os Mutantes
Os Mutantes
Os Mutantes Rated: 5.00 stars

This album is a must for everybody who is interested in psychedelia. Rita Lee's crystalline voice and mystique gives songs like "O Relógio" and enigmatic atmosphere, which accompanied by hymns like "Tempo no tempo" makes a great album.

10

Caetano Veloso
Transa (1972)

ganjafacevillain @Jun 04, 2009
Transa
Caetano Veloso
Transa Rated: 5.00 stars

Transa, Caetano's fourth album, was released upon his return to Brazil in 1972. A leading member in the "Tropicalia" movement, named after a Helio Oiticia art installation, Caetano, as well as other musicians, writers, and artists were jailed and kicked out of Brazil for their establishment challenging ethos. There, along with Jards Macale, Caetano was able to soak in the English rock scene, thus fermenting a fusion of sounds that erupts forth in this album.

Unlike the works of many other Brazilian artists of the early 70's, it doesn't sound like undercooked psych rock. The mixture of rock instrumentation with classic Brazilian poetry and musical styling make it sound as if Chuck Berry was a Bahia native. The English lyrics only reveal to western listeners what a great lyricist Caetano was in his prime, second only to Buarque. The way his voice bends and soars adds another layer of beauty to these songs. Dylan and Leonard Cohen wish they had made an album as buoyant, joyous, and fresh as this.

This is the sound of a man in transition, a man who sees that the rock and roll lifestyle isn't all it's cracked up to be, a man at his peak as a band leader and singer/songwriter. All credit can't go merely to Veloso, as the 2008 180-gram reissue (which sounds immaculate), doesn't refer to the contributions of Jards Macale (guitar), Tutti Moreno (percussion), and Gal Costa (voice, "You Don't Know Me")

A true masterpiece of Brazilian rock. Must listen.

11

Elis Regina & Tom Jobim
Elis & Tom (1974)

ElviSkywalker @Dec 16, 2008
Elis & Tom
Elis Regina & Tom Jobim
Elis & Tom Rated: 5.00 stars

Llega un momento en el que todo lo acontecido durante años se resume en una crónica, película, movimiento o disco que lo eleva a intemporal.
La Bossa Nova nació a finales de los cincuenta y menos de diez años después fue denostado por todo un movimiento cuyos componentes eran los Tropicalistas. Luego, a principios de los setenta, los mismos que renegaron de este estilo musical nacido en el seno de las clases altas cariocas, lo revindicaron tras reconocer el valor y riqueza musicales nacidas de las composiciones de gente como Jobim, Vinícius de Moraes o Joao Gilberto.
Tom Jobim, después de veinte años de trabajo había compuesto los suficientes éxitos como para poder dárselos a una Elis Regina que estaba en el momento más alto de su popularidad y capacidad interpretativa.
Ambos se revindican como grandes de la música: una con su voz y otro presentando sus credenciales a esa juventud que pretende adueñarse de la escena musical brasileña sin pedir permiso a sus verdaderos dueños y señores.
La elección de las canciones es perfecta para las cualidades de Elis y Jobim la entiende a la perfección. El conjunto queda con un ligero regusto amargo y depresivo fruto de la querencia propia de Elis Regina pero con un aroma romántico propicio para cualquier velada en la que se busque algo más que una buena charla con la pareja.
Una obra perfecta que tiene su continuación en otra obra maestra llamada António Carlos Jobim e Miúcha.

12

Raul Seixas
Krig-ha, Bandolo! (1973)

GENECY @Jan 07, 2007
Krig-ha, Bandolo!
Raul Seixas
Krig-ha, Bandolo! Raul Seixas é, certamente, o artista de carreita mais ímpar na história da música brasileira. Nascido em Salvador, cidade sem tradição no rock, cresceu ouvindo forrós, xotes, rumbas, boleros, e tantos outros rítmos, determinantes em sua carreira. Abraçou o então nascente rock and roll com tal vigor, e fez dele sua bandeira de luta, bem como o disseminador de suas visões da vida e do mundo. Não foram poucas as crises com a sociedade conservadora e a política (entenda:se, o regime militar instalado em 1964). Raul possuía posições políticas que não se encaixavam nos conceitos básicos de direita e esquerda.

Antes de Krig-Ha, Bandolo!, Raulzito lançara dois álbuns inexpressivos comercialmente. O primeiro, repleto de músicas pop simples; e o segundo, fruto de sua inquietação intelectual e comportamental, foi retirado das lojas por ter sido lançado sem o aval da gravadora, que o expulsou em razão disso.

Já no início dos anos 70, Raul já estava envolvido com questões metafísicas, religiosas, existenciais e políticas, raramente compreendidas pelo público comum. E Krig-Ha, bandolo! pôes a nu todas essas questões, embaladas por rítmos e sonoridades herdadas de sua infância, onde já estava em evidência a mistura de Luiz Gonzaga com Elvis Presley, Arthur "Big Boy" Crudup com Jackson do Pandeiro; Místicos e mitos históricos: Jesus Cristo, Buda, Aleister Crowley; Egito; Al Capone; Candomblé-África; Apocalípse; discos voadores. O cotidiano brasileiro estava expresso em metáforas e questionamentos que até hoje fazem sentido. Para a feitura do álbum, Raul junta-se a um escritor igualmente inquieto, Paulo Coelho, com quem comporia músicas que elevaram Rauzito a uma posição tal, que jamais será sobrepujada por outro nome.

O disco abre com uma gravação caseira de Raul quando criança, um rock, no qual o menino já demonstra certa irreverência. Logo a seguir vem Mosca Na Sopa, um recado direto a certos tipos de conservadorismo:

"Atenção, eu sou a mosca
A grande mosca
A mosca que perturba o seu sono
Eu sou a mosca no seu quarto
A zum-zum-zumbizar
Observando e abusando
Olha do outro lado agora
Eu tô sempre junto de você
Água mole em pedra dura
Tanto bate até que fura
Quem, quem é?
A mosca, meu irmão
Eu sou a mosca que posou em sua sopa
Eu sou a mosca que pintou pra lhe abusar"

Em Metamorfose Ambulante, um ataque ao conformismo:

"Prefiro ser essa metamorfose ambulante
Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo

Eu quero dizer agora o oposto do que eu disse antes
Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo

Sobre o que é o amor
Sobre o que eu nem sei quem sou
Se hoje eu sou estrela amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio amanhã lhe tenho amor
Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator"

Em Ouro de Tolo, as dúvidas diante da vida, além de alguns desapontamentos:

"Eu devia estar contente
Porque eu tenho um emprego
Sou um dito cidadão respeitável
E ganho quatro mil cruzeiros por mês

Eu devia agradecer ao Senhor
Por ter tido sucesso na vida como artista
Eu devia estar feliz
Porque consegui comprar um Corcel 73

Eu devia estar alegre e satisfeito
Por morar em Ipanema
Depois de ter passado fome por dois anos
Aqui na Cidade Maravilhosa

Ah! Eu devia estar sorrindo e orgulhoso
Por ter finalmente vencido na vida
Mas eu acho isso uma grande piada
E um tanto quanto perigosa

Eu devia estar contente
Por ter conseguido tudo o que eu quis
Mas confesso abestalhado
Que eu estou decepcionado

Porque foi tão fácil conseguir
E agora eu me pergunto: e daí?
Eu tenho uma porção de coisas grandes
Pra conquistar, e eu não posso ficar aí parado

Eu devia estar feliz pelo Senhor
Ter me concedido o domingo
Pra ir com a família ao Jardim Zoológico
Dar pipoca aos macacos

Ah! Mas que sujeito chato sou eu
Que não acha nada engraçado
Macaco, praia, carro, jornal, tobogã
Eu acho tudo isso um saco

É você olhar no espelho
Se sentir um grandessíssimo idiota
Saber que é humano, ridículo, limitado
Que só usa dez por cento de sua cabeça animal

E você ainda acredita que é um doutor, padre ou policial
Que está contribuindo com sua parte
Para o nosso belo quadro social

Eu que não me sento
No trono de um apartamento
Com a boca escancarada cheia de dentes
Esperando a morte chegar

Porque longe das cercas embandeiradas que separam quintais
No cume calmo do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora de um disco voador

Eu que não me sento
No trono de um apartamento
Com a boca escancarada cheia de dentes
Esperando a morte chegar

Porque longe das cercas embandeiradas que separam quintais
No cume calmo do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora de um disco voador"

Os anos 70 foram de Raul Seixas. Krig-Ha, Bandolo! deu a Raulzito a fama, o conhecimento nacional, além de muitos probemas pessoais e políticos. O álbum é um perfeito retrato de um país, que parece ainda não saber dançar no rítmo certo. Para mim, o álbum resume dilemas e questões não - ou mal - resolvidas/respondidas. Continua sendo (parece que sempre será) o disco da dúvida e da busca de caminhos, sejam eles certos ou errados; a escolha é sua.

13

Chico Science & Nação Zumbi
Da Lama ao Caos (1994)

Magerbio @Sep 19, 2006
Da Lama ao Caos
Chico Science & Nação Zumbi
Da Lama ao Caos Rated: 5.00 stars

Mais do que sua qualidade intrincesa, "Da Lama ao Caos" tem o seu valor como marco de uma nova geração de músicos brasileiros que retomaram a valorização de ritmos regionais fundidos com música estrangeira. Chico possuía qualidades tanto como músico quanto como performancer, sua obra acabou se estendendo além da música, criando uma estética propria, a estetica "manguebeat". O disco tem uma coesão sem recorrer a classificação de "album conceitual", da primeira até quinta faixa temos clássicos instantâneos, músicas poderosas e contagiantes. Temos ainda a faixa-titulo, um petardo para lá de marcante. Mais de dez anos depois do lançamento deste CD foram poucos os discos de Rock nacional a terem o impacto desse aqui.

14

Racionais MC's
Sobrevivendo no Inferno (1997)

fglosser @Sep 15, 2007
Sobrevivendo no Inferno
Racionais MC's
Sobrevivendo no Inferno Rated: 5.00 stars

É um best-seller que mesmo os que não gostam do gênero vão se impressionar com os temas e a musicalidade.

15

Jorge Ben
Samba Esquema Novo (1963)

Goregirl @Feb 18, 2007
Samba Esquema Novo
Jorge Ben
Samba Esquema Novo Rated: 4.00 stars

So after finding out that I quite like Gal Costa I figured I should check out a bit more of the tropicalia scene, and who better to try than fabulous guitarist Jorge Ben? Well, I really did enjoy it, even if I didn't understand a word. This seems far more traditional than Gal, in fact it's sort of a blend of bossa nova and Brazillian pop I suppose. His guitar work is highly impressive and blends nicely with the chilled out style of the music. I do think if I were in charge that I'd perhaps tone down all the other instrumentation and focus a little more on Jorge, but heck small criticism. I did quite like the songs, although because I couldn't understand any of them they did seem rather similar. Apparently "Mas que Nada" because quite the success when covered by various artists, but here you are treated to the fabulous original (and I do think that one was my favorite). The album is very consistent, and entertaining when you are looking for something a little bit different. Not something I could listen to every day or anything, but it certainly offers a nice atmosphere and some culture.

16

Rita Lee & Tutti Frutti
Fruto Proibido (1975)

RegV8 @May 18, 2004
Fruto Proibido
Rita Lee & Tutti Frutti
Fruto Proibido Rated: 4.00 stars

Pehaps the best Rita solo album, but overrated. Highlights includes the classics "Ovelha Negra", "Agora Só Falta Você", "Esse Tal de Roque Enrow" and the Jethro Tull-esque flute in "Pirataria".

17

Tim Maia
Racional Vol. 1 (1975)

lacolere @Sep 30, 2007
Racional Vol. 1
Tim Maia
Racional Vol. 1 Tim Maia não é considerado um dos pais do Soul brasileiro por acaso, e nesse álbum ele mostra a razão deste título. A época onde Tim Maia deixou de lado as drogas e tudo que lhe fazia mal, considerada pelos fãs e conhecidos do músico como "a melhor fase de sua vida", Tim conseguiu transpôr tudo o que sentia com sua música, mesmo que tempo depois ficasse desapontado com idelogia a qual estava seguindo.

Apesar de ser um álbum cujas letras giram em torno dessa ideologia, a Cultura Racional, é perfeito do início ao fim. A voz de Tim está impecável, e a produção não deixa a desejar também. Ter um título como este relançado em cd é um grande presente ao apreciadores da música nacional.

Destaques : "Imunização Racional", "O Grão Mestre Varonil", "Rational Culture" e "Contato Com o Mundo Racional".

18

Chico Science & Nação Zumbi
Afrociberdelia (1996)

dlo__olb @Aug 25, 2006
Afrociberdelia
Chico Science & Nação Zumbi
Afrociberdelia Rated: 3.50 stars

La música de Chico Science & Nação Zumbi transpira ritmo y conciencia. Francisco de Assis França (el hombre tras Chico Science) logró durante los noventa fundar un estilo fusionando música brasileña como la samba o el bossa con las nuevas tendencias de la electrónica y el rock para elevar su discurso; pragmatismo puro ante la decaída situación social y cultural de Brasil. El resultado de estas búsquedas y luchas quedaron registradas en dos tremendos discos: Da Lama ao Caos y Afrociberdelia.

En el caso de Afrociberdelia, Chico Science se aleja del sonido más limpio para entregar un disco duro, vinculado con el hard-rock. También hay códigos comunes con el afrobeat por la potente bateria y batucada; los arreglos de vientos acercan al ska y los riffs de guitarra tienen que ver tanto con Sepultura como con la primera camada psicodélica de los sesenta.

Pero sobre toda retórica para decifrar los múltiples elementos de Afrociberdelia, lo que más impacta del rock de Chico Science es lo pegajoso que es, síntoma de la necesidad que él llegara a las masas. El disco de oro obtenido a pocas semanas de su publicación refleja su accesibilidad.

Discos como éste o Da Lama ao Caos demuestra que no es utópico pensar al rock como instrumento de conciecia social. El Mangue Bit que brotó de las ideas de Chico Science y otros compañeros generacionales trasciende a su muerte y la música que creó junto a Nação Zumbi no pierde fuerza. Acercarse a él es conocer una de las propuestas más frescas que ha dado el rock latinoamericano en muchos años.

19

Titãs
Cabeça Dinossauro (1986)

Waldenor @Nov 06, 2007
Cabeça Dinossauro
Titãs
Cabeça Dinossauro Rated: 4.50 stars

É impossível para mim dissociar esse álbum do show correspondente que vi nos idos de 86 ou 87 - não lembro bem o ano. Àquela altura, o álbum já era sucesso nas rádios FM (sim, ouvíamos isso na época) e algumas das boas músicas já começavam a ficar meio batidas: 'Homem Primata', 'O Quê', 'AA UU' e 'Bichos Escrotos', esta com bips nos lugares dos palavrões, resquícios dos tempos obscuros dos anos anteriores.

Aí veio o tal show. Eu já tinha ido a outros shows, incluindo o lendário Rock in Rio, mas aquele foi o primeiro show ao qual fui sozinho, sem adultos e apenas com meus amigos. Na verdade, deve ter sido o primeiro show do grupo tudo, todos com seus 15 anos, mais ou menos. E apesar de conhecermos bem o álbum e a força de algumas das canções ali presentes, não esperávamos a explosão de rock'n'roll alto e cheio de energia que viria. A banda tocou basicamente o 'Cabeça Dinossauro', com uma ou outra música mais antiga, levando o público a uma espécie de catarse coletiva. O show foi no ginásio de uma escola católica, então todos estávamos ansiosos em saber se eles tocariam 'Igreja'. Lá pelas tantas, o Arnaldo Antunes saiu do palco - ele sempre fazia isso na música, alegando acreditar em alguma coisa - e 'Igreja' foi tocada com certa fúria punk. Nós, adolescentes de classe média, sem rebeldia nem causa, nos sentimos parte de uma grande transgressão (é claro que hoje, com o distanciamento, vejo que aquela transgressão punk sempre foi meio cínica, especialmente quando as bandas estavam até o nariz no 'mainstream' das gravadoras, e os Titãs ainda tinham contra si o fato de emularem pouco originalmente bandas britânicas do gênero).

O fato é que, após aquele show, 'Cabeça Dinossauro' deixou de ser apenas mais um bom disco de rock, dentre a vasta e irregular produção das bandas da época, para virar um marco do BRock dos anos 80.

20

Gal Costa
Fa-Tal - Gal a Todo Vapor (1971)

burt @Jan 22, 2007
Fa-Tal - Gal a Todo Vapor
Gal Costa
Fa-Tal - Gal a Todo Vapor Rated: 4.50 stars

A killer live album.

The first half is jazzy bossa nova, Gal Costas voice is accompanied only by acoustic guitar. Everything is gentle, mellow and cool.

But during the incredible "Vapor Barato" Gal gets bluesier and bluesier until a full band kicks in and Gal starts to scream until the instruments get lost in the mix. Next song is "Dê um Rolê" a really meaty blues rocker with a mean lead guitar and more Gal singing and screaming at the top of her lungs. While it occasionally calms down again, the second half is quite wild. It sounds even rougher because of the inferior recording quality. The instruments are not really balanced out, the voice distorts quite often, there are feedbacks and you can hear that the whole recording has definitely not been overdubbed or anything. It has the feel of a bootleg of an absolutely outstanding performance. This is probably the best album of her whole career and one of the best live albums I have ever heard.

21

Legião Urbana
Dois (1986)

mrdoctor @Jan 14, 2007
Dois
Legião Urbana
Dois Rated: 5.00 stars

não há dúvidas de que a produção musical (no sentido de produto mesmo) das bandas de rock brasileiras dos anos 80 foi absolutamente relevante. diferentemente dos anos 90, acho que o que se produziu aqui (no Brasil), muitas vezes, foi mais relevante do que se produziu no mundo afora (nao gosto dos 80). E dessa safra, colheu-se obras-primas, tal como esse segundo CD da Legião Urbana, que, para mim, é um dos melhores discos de toda aquela década. É de um brilhantismo e de uma inovação que raramente se percebeu àquela época. 10.

22

Os Mutantes
A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado (1970)

Altair82 @Oct 05, 2006
A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado
Os Mutantes
A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado Rated: 4.50 stars

Eu peço desculpa, porque só pensamos com o que temos, mas ao ouvir este disco alguns nomes me surgiram por vezes à cabeça: Jefferson Airplane, Big Brother & The Holding Company.
Mas isso, só em certas partes de músicas. Pelas guitarras, ou pelo som blues. Muito bom de gostar.

Mas há que dizer, que, mesmo inserindo-se na estética psicadélica e na do acid rock, os Mutantes não podiam ser, dados certos factores (como a proveniência marginal da música da moda e que vende milhões pelo mundo fora), senão originais.

Por trás deste disco, não é indiferente a contribuição importante de Rogério Duprat, que fez os arranjos. Duprat foi o grande responsável pela ruptura entre erudito e popular, iniciando assim o estilo Tropicalismo, que tantos artistas (brasileiros e não só) seguiram.

Será isto só rock psicadélico? Não se sentem uns cheirinhos que denotam as suas origens?
Música de igreja??? Um gozo "super-organizado" de que poucos grupos daquelas estéticas se podem gabar.
Ah! E aquele gozo de um Português com sotaque americanizado, em "Quem tem medo de brincar de amor", está muito bem apontado...

Depois não me venham dizer que a década de 60 não foi a mais criativa para a música popular urbana...

23

Moacir Santos
Coisas (1965)

Siegmann @May 16, 2007
Coisas
Moacir Santos
Coisas Rated: 4.00 stars

I’ll take my time as a pretentious pseudo-intellectual bastard who likes to conceptualize stuff in order to show off acquaintance to all aesthetic courses. Even more regretfully, it will appear that I’m into a flag-waver enthusiasm, evoking together, and under praise, the qualities of two Brazilian intelligences.

Coisas reminds me of Oscar Niemeyer’s architecture. Just like his best-known buildings, these are elegant, clean, very spaced and imposing compositions. Jazz has a natural tendency as an urban sound, but generally it evokes a more inwards, sometimes introspective feel. Actually, though this sounds way more romantic than I would wish to, what jazz normally evokes on my mind is the human being, singular or plural, in diverse yet always realistic facets, while the surrounding scenario just derives from its figure. Coisas, however, has such a broad atmosphere, that often it seems to portrait entire urban landscapes instead of individuals, who are, nonetheless and obviously, a crucial part of such scenery, but rather in a supporting than in a central manner. And, contrary to what the interpretation may suggest, be sure this is far from a concrete-cold work, as, also for the sake of turning down any madcap attempt to take my notions as credible ones so to consider Moacir and Oscar aesthetic soul mates, here’s where I find the diverging point between Santos’ debut and Niemeyer’s structures. The architect’s vision rises through constructions of an almost polar impression, with vast lines, bare surfaces and something of a formally bleak splendor. In the other hand, Coisas is crafted with attendance to delicacy and to detail. What the bird’s-eye perspective I get from it does is to enlarge the range of metropolitan moods captured by the compositions. From the sense of excitement, fun and seduction to senses of tension and possibly even danger – all can be heard. Also, we surely get into closer spaces from time to time.

Uuhh… Fuckin’ descriptions… Anyway…

With his debut, Moacir Santos doesn’t try to induce respect for Brazilian music by using jazz as an international manipulation tool like many artists did. He pays his own respect and commitment to all music principles here embraced, with no favoritism, actually almost corrupting each one of them – corrupting into something new and exceptional. There’s no higher reverence.

My last and maybe most important note:
In my opinion, Coisas works much better if played not by the release track-list (dis)order (starting with “nº 4”, then “nº 10” and so on…), but by the titles logical order (“Coisa nº 1”, 2, 3, 4, etc, of course). I can’t understand why the trakclist wasn’t organized through the actual numbers of the tracks. To stick just with the first parts, “nº1” would open the record with a perfect balance between impact and instigation – with its striking initial chords giving the way to a sober and somewhat cautiously-paced theme, it’s a perfect introduction to any following atmosphere. Now, “nº4”, the one that really opens Coisas, is undoubtedly one of the highest memorable points on the album, but, as a starter, it gives too much, too soon, throwing some of the most peculiar colors to be diluted and faded through the next tracks. And the subsequent “nº10”, though actually better than “nº3”, manages to set an initial commonplace feel, as it has aged into somewhat predictable harmonies of a bossa-nova elevator experience.

Nevertheless, a masterwork in any order.

24

Roberto Carlos
Em Ritmo de Aventura (1967)

robbson @Aug 05, 2010
Em Ritmo de Aventura
Roberto Carlos
Em Ritmo de Aventura Rated: 4.50 stars

Em que pese a grande fama atingida por Roberto Carlos durante sua longa carreira musical, Em Ritmo de Aventura, trilha sonora do filme homônimo, apresenta-se como o trabalho mais interessante de toda a sua extensa discografia - de onde se extrai pérolas do nível de Eu Sou Terrível, Quando, Por Isso Corro Demais e De Que Vale Tudo Isso -, estando entre os melhores discos brasileiros, quanto ao filme...

25

Tim Maia
Tim Maia (1970)

Ortman @Mar 15, 2007
Tim Maia
Tim Maia
Tim Maia Rated: 3.50 stars

Um disco que tem uma música chamada Flamengo não poderia receber uma nota menor do que essa. =)

26

Gilberto Gil
Expresso 2222 (1972)

nervenet @Apr 01, 2010
Expresso 2222
Gilberto Gil
Expresso 2222 Rated: 4.50 stars

Another one I have not yet fully committed to memory that I feel I'm being cautious with at 4 1/2 stars. Exotic, varied, funky, this is played and sung with a verve and enthusiasm that belies its return-from-exile origins ("Back in Bahia" is glorious, not desperate) and stands as an interesting complement to Caetano Veloso's homecoming record (though given the lack of English-language lyrics this may be as sarcastic and bitter as Steely Dan for all I know). High points for me are the title track, which if I gather right is set 250 years after the album was released, the ebullient (-sounding) "Back in Bahia" (note Tutty Moreno's excellent drumming here and throughout the record) and the equally uplifting "O Canto de Ema." You know, I find in thinking about this and skimming through that basically any track I choose to examine sounds pretty damn great. Let me give it a couple more listens and you'll probably find another half star sitting on this review. Bonus material consists of one great one - "Cho; Chua," featuring Caetano Veloso, and two good ones that sound somewhat more dated. Might be that they're songs written for a compilation and not one of Gil's own records and thus he didn't exactly want to offer up his choicest cuts. The duet is choice though, yes. Others - good and harmless fun, and since they're part of the package anyway, there's no reason to avoid them.

27

Ultraje a Rigor
Nós Vamos Invadir sua Praia (1985)

dumbass455 @Jun 12, 2007
Nós Vamos Invadir sua Praia
Ultraje a Rigor
Nós Vamos Invadir sua Praia Rated: 5.00 stars

The best rock and roll band in Brazil ever, definitely. Has set standards for many to come.

28

Roberto Carlos
Roberto Carlos (1971)

IENDIS @Oct 10, 2003
Roberto Carlos
Roberto Carlos
Roberto Carlos Rated: 5.00 stars

Roberto Carlos é – senão o - um dos maiores ícones da cultura pop brasileira de todos os tempos. Ele é um dos grandes crooners já surgidos no país. Roberto é notável por sua versatilidade: o “Rei” lidou com o romantismo, com o início do rock brasileiro, com a MPB e o kitsch. Do começo de sua carreira, no início dos anos 1960, até circa 1975, seu trabalho é digno de grande respeitabilidade.

Este álbum homônimo de 1971 é um dos grandes catalisadores, para o bem e para o mal, das diversas características de Roberto Carlos. Há nele, ainda, algo do legado da jovem guarda, em especial nas composições de Renato Barros e Getúlio Côrtes, "Você Não Sabe o Que Vai Perder" e "Eu Só Tenho Um Caminho", dois bons momentos regados a blues e rock. O romantismo marca presença especialmente pelas composições de Roberto e do parceiro Erasmo Carlos, todas, para usar um clichê, hits inesquecíveis. A dupla também compôs o hino pacifista “Todos Estão Surdos” e, em homenagem a Caetano Veloso, a famigerada “Debaixo dos Caracóis de Seus Cabelos”. O compositor baiano também é laureado com a pungente interpretação de Roberto para a sua “Como Dois e Dois”, um belíssimo exercício blue-eyed soul - ouso dizer - inferior somente a gravações anteriores de The Young Rascals e The Box Tops e posteriormente superada pelos Stones no álbum Exile On Main Street, especialmente na faixa “Let It Loose”. A cafonice se faz presente nas faixas “Traumas” e “A Namorada”, esta de autoria de Carlos Colla, aquele mesmo que se notabilizaria fazendo, entre outras cositas popularescas, versões em português para músicas de Julio Iglesias.

Também há neste importante trabalho um pouco de vaudeville (“I Love You”), uma original do “versionista” Fred Jorge (“Se Eu Partir”), há o indefectível “órgão nostálgico” mezzo-igreja mezzo-churrascaria (“Amada, Amante”) e há clássicos do quilate de “Detalhes”, sem dúvida uma das canções mais marcantes da história da música popular do Brasil.

E o álbum é de 1971: que ano, meu!!!

29

Baden Powell & Vinícius de Moraes
Os Afro-Sambas de Baden e Vinícius (1966)

...

30

Paulinho da Viola
A Dança da Solidão (1972)

sallamanka @Nov 17, 2007
A Dança da Solidão
Paulinho da Viola
A Dança da Solidão Rated: 4.00 stars

Paulinho da Viola é um dos poucos insiders do verdadeiro samba do morro a transitar livremente entre o seu público cativo e, digamos, o do asfalto. Essa constatação não carrega nenhuma conotação preconceituosa, diga-se. Pelo contrário. Até hoje, os paulistas médios não ouvem o funk carioca como se fosse algo comum. Apenas alguns grupos o fazem em casas noturnas ou nas festas de amigos, isoladamente. E isto ainda ocorre porque estamos na era da internet e muitos europeus apreciam o ritmo - um chamariz a alguns ouvintes inseguros. Daí os louros da meritocracia direcionados ao artista.

Imagine, então, a dificuldade encontrada pelo samba carioca há algumas décadas ao transitar pela terra da garoa, o lugar onde mataram e enterram o ritmo. Bem, quase o fizeram, já que a música de Paulinho da Viola circulava por aqui.

A origem desta aceitação, que é nacional, está na elegância com que o músico apresenta suas composições. A realidade carioca, conforme é contada, pode ser adaptada à vida de milhares de pessoas pelo Brasil afora. Musicalmente, seu timbre vocálico e a suavidade desse samba tornam tudo mais acessível e agradável de ser ouvido, mas sem abrir mão das raízes e honestidade tão caras aos que exigem a legitimidade da música. E a Dança da Solidão está recheada desses ingredientes.

31

Erasmo Carlos
Carlos, Erasmo (1971)

ngiol @Jun 01, 2008
Carlos, Erasmo
Erasmo Carlos
Carlos, Erasmo Rated: 5.00 stars

Sweet album, with rock arrangements. Erasmo Carlos gives me a photo about several aspects in brazilian life. He looks at night, women, friends, animals, worlds. Nothing other is dreaming so as this quiet.

32

Luiz Melodia
Pérola Negra (1973)

Waldenor @Sep 26, 2007
Pérola Negra
Luiz Melodia
Pérola Negra Rated: 4.50 stars

Esse 'Pérola Negra' bate muito bem e é provavelmente um daqueles casos em que a melhor produção do artista foi logo seu disco de estréia. É meio difícil classificar a música aqui, mas talvez a grande sacada de Luiz seja misturar com sucesso diversos ingredientes, que vão do samba ao rock.

33

Dorival Caymmi
Caymmi e seu Violão (1959)

Karel @Feb 02, 2007
Caymmi e seu Violão
Dorival Caymmi
Caymmi e seu Violão Rated: 4.00 stars

I am not typically a fan of singer/songwriter music where it's simply the vocalist playing an acoustic guitar or a solitary piano. But the music here makes for an exception. Caymmi's precise strums and picks substitute well enough for the bass and percussion. Add to that his low vocal range, and there really is nothing more that needs to be added.

I still don't know the Portuguese language, so that handicaps me from discerning his song meanings, but it doesn't hamper me from enjoying the songs. The opener "Canoeiro" is a true campfire singalong with its rolling "Coming 'round the mountain" quality. The lonely-walk blues of "A Jangada Voltou Só" is a favorite. So too is the wonderful "O Mar", his strumming is the waves as the sun glints over a gentle tide. "O Vento" which follows demonstrates that Caymmi is a true illustrator, the wind in the strum scatters, drifts, picks up gust and then fades away again. It's also hear that Caymmi adds his whistle to the album, the sole high-range element of the album.

Two songs toward the latter half of the album portend a darkness. "A Lenda do Abaeté" illustrates the broken promises of opportunity of fortune. The closer "Noite de Temporal" is some deep, trail-away proto-metal (!) that is really trippy. Definitely a spooky night.

This one is a real grower. The lesson to me is not to be discouraged by the minimalism or the year or the language-divide. There is a universal, primitive thing going on on this album.

34

Arnaldo Baptista
Loki? (1974)

theloner @Feb 03, 2005
Loki?
Arnaldo Baptista
Loki? Rated: 5.00 stars

"Lóki" is one of the best examples of a primal scream in popular music. it is an album that could be nonsense, even for a foreigner (judging only the humour or the automatic writing of the lyrics), but, behind the curtains, confessional and a painful scream for help. Arnaldo Baptista, only 25 years old at the time, was at the peak of his genius. never in a single album (nor in a Mutantes' one) Arnaldo was so complete. and yes, it is an autobiography (and a auto-analystic) album. apparently simple catchy rock'n roll songs, like "Será que Eu Vou Virar Bolor?" or "Vou Me Afundar na Lingerie", has its particular dynamics and catharsis. never in brazilian music a song sounded so painfully beautiful like "Desculpe". "Lóki" is often compared with the contemporary John Lennon, David Bowie and Elton John's works by the foreigner critics. but none of them has the musicality, the piano-virtuosis and the idiossincracism of a musician as Arnaldo Baptista.

35

Tom Zé
Estudando o Samba (1976)

sallamanka @Feb 06, 2007
Estudando o Samba
Tom Zé
Estudando o Samba Rated: 5.00 stars

Estudando o Samba simboliza a ressurreição artística de Tom Zé. Ao ser descoberto por David Byrne, que em uma de suas andanças pela cidade do Rio de Janeiro avistou a estranha capa de um disco que unia o título relacionado às alegrias do samba com os improváveis arames farpados, Tom Zé é também redescoberto pelo público brasileiro. Se engana, porém, aquele que pensa que sua popularidade explodira desde então. Os pseudo-intelectuais destas terras é que passaram a vê-lo com melhores olhos, sem o preconceito de outrora.

Ao ouvir o disco, no entanto, constatamos que o interesse pelo trabalho fora meramente casual, de um encontro do gringo influente com o disco de samba fora dos padrões, já que aqui, encontramos reminiscências de trabalhos previamente lançados pelo compositor baiano.

Diria que ao fazermos um apanhado geral da carreira do artista, notamos um certo cansaço criativo neste período que justamente compreende o sumiço do músico na mídia brasileira. Suas letras continuavam irônicas, mas a sonoridade, um pouco repetitiva, sem inovações.

A chacoalhada sonora, felizmente, viria a funcionar novamente com a renovação imprimida pela carreira, então internacional, dos anos vindouros.

36

Elis Regina
Falso Brilhante (1976)

yofriend @Oct 20, 2010
Falso Brilhante
Elis Regina
Falso Brilhante Rated: 3.00 stars

Falso Brilhante may not belong to Elis Regina's most essential releases. However, it's a solid, carefully produced release with one or two gems to discover (the Pop ballad Quero, for example). And Elis performs well, to say the least.
The album starts with a Blues-tinged ballad sung with acoustic guitar only, which turns into a power Rock ballad. Elis sings with full force - clearly it was conceived as an effective song for live shows. The Rock/Blues sound is maintained in the next track. Um por Todos, here arranged as a fusion tune, was written by João Bosco/Aldir Blanc. With Los Hermanos and Gracias a la Vida, Elis adds two songs sung in Spanish, acknowledging and/or anticipating success in the Hispanic world. César Camargo Mariano's copiously used ARP synthesizer, then state of the art, gives the album a slightly dated, distinctly 70s sound.

37

Caetano Veloso
Caetano Veloso (1968)

zeke @Feb 21, 2004
Caetano Veloso
Caetano Veloso
Caetano Veloso Rated: 4.00 stars

I bought this the same day I got Stereolab's Margerine Eclipse and a bag of Florida oranges. It was snowing in New York, and the irony of walking home in a blizzard carrying bagfuls of orange, pink and yellow sunshine wasn't lost on this boy, believe me. Chomping on a slice of orange, tropical juices running down my chin, looking out upon a city of grey and white. The music of Veloso every bit as tastily puckering, warming yet bittersweet as my mouthfuls.

38

Banda Black Rio
Maria Fumaça (1977)

Waldenor @Nov 21, 2007
Maria Fumaça
Banda Black Rio
Maria Fumaça Rated: 3.50 stars

Eu sempre ouvi falar a respeito da banda Black Rio como uma das pioneiras no soul brasileiro. Por isso, imaginava alguma coisa como a azeitada banda Vitória Régia, que acompanhava o "Sputnik" Tim Maia, talvez um pouco mais turbinada. Não foi isso que ouvi nesse "Maria Fumaça". O tal do "soul brasileiro" capota nos primeiros sons de batuque ou cuíca que rolam.

Feito esse preâmbulo, é bom que se diga que a banda faz um som muito bom, se for relativizado o rótulo de "soul brasileiro". O que eles fazem é um soul/funk-jazz à la The Crusaders, globalizado mas bem feito. E os batuques, cuícas e demais brasileirices estão presentes, com bom gosto e criatividade. Enquanto os Crusaders fizeram versões de músicas pop-rock, como a memorável "So Far Away", de Carole King, a banda faz algo similar com canções de MPB, como a ótima "Casa Forte", de Edu Lobo. A faixa-título é bastante conhecida por tudo mundo, embora eu imagine que, assim como acontecia comigo até ouvir o disco, poucos saibam que é da banda Black Rio (salvo falha de memória, o que é pouco provável, essa música fez parte da trilha do risível "Rio Babilônia").

Enfim, esse álbum é um belo álbum de soul/funk-jazz que pode figurar lado a lado dos álbuns do The Crusaders ou do Black Byrd, de Donald Byrd - "Maria Fumaça" é até melhor do que esse último. Soul brasileiro? Talvez para gringo ouvir e remixar nas pistas dos anos 90.

39

Os Paralamas do Sucesso
Selvagem? (1986)

sallamanka @Jan 08, 2008
Selvagem?
Os Paralamas do Sucesso
Selvagem? Rated: 3.50 stars

Selvagem? é um bom disco pop. No momento em que foi lançado, as rádios brasileiras valorizavam o rock produzido no país, principalmente o proveniente da cidade do Rio de Janeiro. Os Paralamas estavam no lugar certo, na hora certa, portanto, e acabaram fazendo parte do chamado BRock, embora sua música estivesse mais inclinada ao reggae e às suas variações ritmicas. Talvez esta diferenciação tenha sido o ¨pulo do gato¨ da banda, já que os hits lançados à época continuam sendo suas principais canções até os dias atuais - as baladas pop lançadas posteriormente tiveram divulgação e sucesso efêmeros.

Há, no entanto, certo exagero da crítica profissional ao colocar alguns álbuns do BRock de 1986, Selvagem? inclusive, entre os grandes discos brasileiros de todos os tempos. Creio que a direção atual de muitos meios de comunicação está nas mãos dos então adolescentes dos anos 80, daí o saudosismo atuando com forte peso nessas avaliações. A sensatez colocaria tais títulos entre os bons discos nacionais, não como essenciais.

40

Legião Urbana
Legião Urbana (1985)

Iberian85 @Jan 21, 2006
Legião Urbana
Legião Urbana
Legião Urbana Rated: 5.00 stars

Legião Urbana are the best rock band in Brazil's history. Their debut is heavily underrated. Here was a fresh-faced band that had yet to know the kind of success of later years. And I think this is one of their best works. They mesh punk and post-punk sounds, as well as a little reggae and funk-dance in a couple tracks. I don't understand Portuguese, but I don't let that be a problem. I simply sit back and enjoy the music and vocals.

Recommended tracks: Hard to pick, as all tracks are good. But I will say "Sera," "Petróleo Do Futuro," "Ainda É Cedo," "Perdidos No Espaço," "Soldados," and I'll just stop now before I say every song off this album, haha.

41

Chico Buarque
Meus Caros Amigos (1976)

sallamanka @Nov 16, 2007
Meus Caros Amigos
Chico Buarque
Meus Caros Amigos Rated: 5.00 stars

Todo desprendimento que mantenho em relação às letras musicais dá lugar ao entusiasmo quando o compositor é Chico Buarque. É fácil submeter-me ao clichê ao elogiá-lo, já que o artista é uma unanimidade em meu país. E, se os momentos difíceis de nossa história ditatorial geraram, segundo muitos ouvintes, a melhor música já produzida por aqui, podemos culpar Meus Caros Amigos pela afirmação - acertada a meu ver: as mensagens subliminares, a qualidade da escrita e a inspiração da música aqui presentes, a justificam.

Lembro-me das aulas de português quando tinha entre 10 e 11 anos de idade e a professora ¨traduzia¨ os textos extraídos da MPB aos seus jovens pupilos. Naquela época, fiquei particularmente impressionado com a mensagem de ¨Meu Caro Amigo¨ justamente pelo malabarismo artístico do artista ao externar sua revolta diante da situação política do país, com toda a sutilidade exigida pelo regime em vigor.

O disco finda com aquela faixa, não sem nos divertir e educar anteriormente. As canções são relevantes, mas não perdem o poder de nos entreter. Essa característica é verdadeira até mesmo atualmente, quando não vivemos os anos negros da ditadura e não vislumbramos governos tendenciosos à opressão. Batamos três vezes na madeira.

42

Los Hermanos
Bloco do Eu Sozinho (2001)

drd00m @Nov 13, 2006
Bloco do Eu Sozinho
Los Hermanos
Bloco do Eu Sozinho Rated: 4.00 stars

Fantastic album by Los Hermanos, making a very nice comeback from the Anna Júlia fiasco. (brazilians know what this is about)
If I had to label this, I guess I'd call it indie/bossa nova/samba, which should give a basic idea of what this album is about to foreigners. But the truth is that there's so much more to this album.

I have to be honest here, and say that I got this album after only listening to one song ("Todo Carnaval Tem Seu Fim"), and I was a bit skeptic as to wether Los Hermanos would keep that same quality throughout the whole album, but they pulled this one off beautifully.
Los Hermanos show here that they excel at songwriting and can make the album varied enough to make it seem like it flew by, even at 14 songs. The consistency is also very nice, with great songs spread over the whole album, and not one that I even think about skipping over, even the hardcore of "Tão Sozinho", although out of place, is only 1:18 long, and the lyrics are pretty good.

43

Gilberto Gil
Refazenda (1975)

londonrain @Oct 28, 2005
Refazenda
Gilberto Gil
Refazenda Rated: 4.00 stars

More of a mainstream album than a general Gil album, and a bit worse for it, Refazenda turns down Gilberto Gil's intensity and whimsicality and trades it in for more sober, though ever-smart, pop sensibilities. If you've not yet been converted to the gospel of Gil, stay away! However, if you have already developed a taste for his dynamic songwriting, Refazenda will unlikely disappoint. A four-star album by a five-star artist, Refazenda is less an indiscretion and more a not fully-developed direction. It will still make a good addition to a MPB collection!

44

Os Mutantes
Mutantes (1969)

AppleScruff @Apr 19, 2004
Mutantes
Os Mutantes
Mutantes Rated: 4.50 stars

After a long time spent absorbing their first effort, I was shocked to find that their second effort is somehow better. I guess the reason I like this one better than the first is the decision to incorporate more of their own original material into the album. Whereas the first record consisted of nine covers and two originals, their second album is the exact opposite. Even the two songs they cover on this album are incredibly inspired. Their first album is amazing, their second album is even better in my book. I can't say enough about how great this group is. I can say that I will be searching to find the rest of their catalog.

45

Raimundos
Raimundos (1994)

sallamanka @Apr 01, 2005
Raimundos
Raimundos
Raimundos Rated: 4.50 stars

O lançamento deste disco gerou um grande impacto no cenário pop brasileiro. O contexto à época era o seguinte: o chamado BRock dos anos 80 já estava mais do que extinto, as músicas regionais brasileiras foram maquiadas de forma a agradar o gosto dos ouvintes de norte a sul do país - lambada, axé e neo-pagode eram as pragas do início da década - enquanto as bandas roqueiras viviam de pequenos shows contratados por diretórios acadêmicos das universidades do interior do país.

Em 1994, a aparição nacional do grupo brasiliense que agregou ao hardcore que seus integrantes costumavam ouvir junto aos amigos, o forró que escutavam nas festas dos parentes (os músicos eram todos descendentes de famílias nordestinas brasileiras), causou grandes mudanças culturais e mercadológicas no país, de forma que as sentimos ainda atualmente.

Claro, a mescla de ritmos locais com os internacionais já não era novidade desde o sucesso da turma da bossa nova até a internacionalização da carreira de Jorge Ben. Porém, os Raimundos repetiram a fórmula de maneira natural, sem forçar a barra como inúmeras outras bandas mal-sucedidas fizeram após o sucesso relâmpago dos quatro rapazes de Brasília.

Depois do lançamento deste disco, os roqueiros voltaram à mídia no Brasil, participaram de programas de TV (inclusive das trilhas sonoras de novelas), aumentaram o número de shows e puderam tratar os fãs com um desdém não visto desde o período anterior às pequenas apresentações aos CDFs das faculdades. Tudo isso, graças à aparição dos Raimundos.

46

Sepultura
Chaos A.D. (1993)

projekct_5 @Jul 14, 2007
Chaos A.D.
Sepultura
Chaos A.D. Rated: 4.50 stars

Bueno, Sepultura se volvieron metal buen pedo, tarareable y se convirtieron en una de las bandas más populares, dejaron el underground y crearon un disco trabajado con un sabor más accesible y les quedó excelente. La mezcla perfecta entre el metal y la música accesible, groovy, reminiscencias punketas, buenas estructuras. Todo para ser un disco clásico inolvidable. Y de hecho lo es carajo, je je.

47

João Gilberto
João Gilberto (1973)

StonedWallaby @Jul 31, 2007
João Gilberto
João Gilberto
João Gilberto Rated: 5.00 stars

There is hardly an album that better deserves the description "hypnotic". Gilberto's musicianship and vocals could be seen as ridiculously understated, as they are very quiet and seemingly lacking expression of emotion on anything but a superficial "smile & listen" level. Obviously, there hardly could be a greater misconception; even without understanding the lyrics it's impossible to fail to notice that this music in all it's minimalism is deeply soulful if you just pay attention. The proud king of bossa nova speaks in a language he & Tom Jobim created in some shoddy apartment in Rio, but which came to take the world over by force - the samba is irresistible even to the most cynical listener. Though the amount of fantastic bossa nova albums is huge, this towers above all of them because it transcends the spcific musical roots of the genre and speaks to man from somewhere high above his everyday understanding. One of the greatest albums ever released.

48

Blitz
As Aventuras da Blitz 1 (1982)

sallamanka @May 11, 2006
As Aventuras da Blitz 1
Blitz
As Aventuras da Blitz 1 Rated: 3.00 stars

O maior trunfo da Blitz foi trazer para a linguagem moderna de seu tempo as crônicas musicadas de artistas de gerações passadas. Exemplos: Adoniran Barbosa e João Bosco.

Sua música também é competente, se considerarmos o mercado em que a banda se inseria. O pop pegajoso estava em alta, principalmente quando se confundia com as guitarradas do BRock dos anos 80.

Visualmente, a Blitz também soube se posicionar. Duas belas integrantes eram como colírios aos olhos do público que também era obrigado a visualizar os cortes mullet dos desengonçados integrantes masculinos da banda.

Com o sucesso estrondoso do grupo e o conseqüente agito mercadológico criado por ele, não é de se estranhar que muitos se lembrem imediatamente dos temas lançados já há algumas décadas.

Ouça e deixe-se dominar pelo saudosismo.

49

Tim Maia
Racional Vol. 2 (1975)

sallamanka @Jun 23, 2008
Racional Vol. 2
Tim Maia
Racional Vol. 2 Rated: 4.00 stars

Embora não seja tão interessante musicalmente quanto o primeiro Racional Vol. 1, este segundo volume da série de pregações da cultura que dá nome aos discos tem seus momentos de interesse e deve ser valorizado principalmente pelo fanatismo demonstrado por um Tim Maia que atingia o pico de empatia com tais ensinamentos a esta altura. Sua voz estava límpida como nunca, beneficiada principalmente pelo período em que ele se absteve de sua ¨vida mundana¨, como ele mesmo testemunhava.

Artisticamente, Racional Vol.2 também demonstra valer a audição através de faixas como ¨O Caminho do Bem¨, que seria amplamente difundida pelo longa ¨Cidade de Deus¨, e do remake de ¨Imunização Racional¨ que aparece justamente nesta versão em outro filme brasileiro, o hilário/assustador ¨Durval Discos¨.

É óbvio que as letras que tendem à lavagem cerebral perfazem o ponto fraco do disco. Mas, pensando bem, elas também são responsáveis pela diferenciação da obra e geram o interesse que ultrapassa sua natureza meramente artística. Vale a pena conhecer.

50

Walter Franco
Revolver (1975)

...

51

Arrigo Barnabé
Clara Crocodilo (1980)

trickpascheri @Sep 25, 2007
Clara Crocodilo
Arrigo Barnabé
Clara Crocodilo Rated: 4.50 stars

Beaucoup de personnes vont comparer ce premier album d'Arrigo Barnabé à la musique du maître Zappa. A mon avis, ils font l'erreur d'omettre l'influence RIO dans la musique du brujo brésilien. Elle est pourtant évidente dans ce premier disque, indispensable à mon avis pour qui s'intéresse vraiment à la musique de ces dernières années. Les voix sont sublimes, les jeux avec les instruments à vents incroyables et l'influence des compositeurs classiques modernes omniprésente. Celui qui voudrait compter les changements de rythme dans cet album serait sûr de ne jamais y arriver ! La comparaison la plus proche est assez improbable. On pense bien sûr à Henry Cow, à Art Bears et aux autres, mais à mon avis la meilleure comparaison est celle du groupe hongrois complètement déjanté A.E. Bizottsag. Et ça me fait penser qu'il faut que je les mette sur mon iPod ! A bon connaisseur salut !

52

Cartola
Cartola (1974)

IENDIS @Oct 15, 2007
Cartola
Cartola
Cartola Rated: 4.50 stars

Opinião para lá de pessoal: este disco de 1974 é melhor do que o homônimo que viria a ser lançado dois anos depois. Tudo bem que o de 1976 traz clássicos absolutos como “As Rosas Não Falam” ou o “Mundo é um Moinho”, além da maravilhosa gravação de “Preciso Me Encontrar”, de Candeia. Mas o disco que ora resenhamos é mais coeso, com o seu clima de “regional”, seus sambas-canção e sua grande poesia.

Não é confirmado, mas é praticamente certo que a gravação desta preciosidade é de caráter que se poderia chamar de artesanal, na melhor linha do “ao vivo no estúdio”, com direito a uma ou outra fala do velho Angenor antes das canções.

O disco é deprê: a maioria de suas canções é triste, apontando desilusões, comodismo com os infortúnios e coisas do gênero. Não por acaso, ele encerra com o belo samba ironicamente chamado “Alegria”: “Alegria era o que faltava em mim”... Alegria o fato de Cartola, já sexagenário, ter gravado este disco.

53

Raul Seixas
Novo Aeon (1975)

palude @Jan 30, 2008
Novo Aeon
Raul Seixas
Novo Aeon Rated: 5.00 stars

Melhor álbum de Raul Seixas. É uma mistura de letras fantásticas com combinações de ritmos, arranjos e melodias que diferem muito uma das outras não cansando e fazendo o álbum se desenrolar fácil até o seu final.

Começa com um clássico Tente Outra Vez que é uma obra prima, tanto a letra, como a melodia. A voz de Raul alcança pontos que dificilmente ele tenta chegar e se sai muito bem por toda a canção.

É Fim do Mês, Rock do Diabo, Novo Aeon e Eu Sou Egoísta mostram o caráter anarquista-espirituoso de Raul: É fim do mês tem um ritmo contagiante e uma percurssão excelente, Rock do Diabo é uma das brincadeiras que ainda seria usada diversas vezes da carreira dele, Novo Aeon é serve para propagação das suas teorias e Eu Sou Egoísta seria marcado pelas diversas frases de impacto (outra coisa que seria repetida muitas vezes, mas ainda brilhantemente).

A parte leve do disco fica com A Verdade sobre a Nostalgia que é uma brincadeira sobre a vontade dos pais e a dele, Peixuxa que acho muito semelhante a Obladi-Oblada dos Beatles e Sunseed. Lógico, Tu és o MDC da Minha Vida, para não esquecer que Raul também gosta do brega.

A Maçã tem a letra mais pesada e a melodia mais intensa, brinca com a monogamia e o amor de um homem, nunca havia visto uma letra similar no rock. Para Nóia é a tensão de uma criança cantada com voz de adulto, de maneira rica e (mais uma vez) anarquista.

Caminhos são os complementos do álbum, mas não fazem a qualidade cair.

Álbum para ser ouvido, pensado e degustado. Genial.

54

Gilberto Gil
Refavela (1977)

GENECY @Apr 07, 2008
Refavela
Gilberto Gil
Refavela Rated: 4.00 stars

No ano punk de 1977, a música brasileira vivia numa espécie de calmaria criativa, salvo poucas e boas exceções, entre elas, Gilberto Gil, filho dileto da Tropicália, último reduto da ousadia criativa de uma geração que ousou ousar.
Em Refavela, Gil revela não ousadia, mas sua afrodescedência, aliada a vontade de construir pontes, elos, caminhos que o levassem de volta à África. O álbum também significa e mistura de sons e sentimentos entrelaçados, resultando numa obra de essência e beleza, em meio a uma época de dificuldades políticas, enfrentadas pela classe artística politicamente consciente.

Na música de dá título ao disco, a revelação de nossas misérias; em Ilê-Ayê, Balafon, Babá Alapalá e Patuscada de Gandhi, a ponte África-Bahia está estabelecida; O Reggae se faz presente em No Norte da Saudade, lembrado a outra África que existe na Jamaica; mulheres, amor e loucura se apresentam em Sandra. Gil ainda tem fôlego para reler o clássico bossa-novista Samba do Avião, com arranjos que talvez incomodassem os puristas; em Era Nova, uma das mais belas canções do baiano, fica revelada sua esperança no Homem na nova era (século 21?) que ainda estava por vir, enfim, uma promessa, que, como bem sabemos ainda não foi cumprida.

55

Paulinho da Viola
Nervos de Aço (1973)

sallamanka @Mar 24, 2009
Nervos de Aço
Paulinho da Viola
Nervos de Aço Rated: 4.50 stars

O samba tradicionalista sempre presente nos álbuns de Paulinho da Viola também abre espaço aos arranjos mais ousados no aclamado Nervos de Aço. Neste último quesito, a faixa ¨Roendo as Unhas¨ se encaixa perfeitamente, impressionando o ouvinte que presencia um um trabalho momentaneamente vanguardista que dali a pouco engata novamente um samba-exaltação encaixado estratégica e respeitosamente, de modo a agradar também à velha guarda observadora dos passos do menino que caminhava a passos largos àquilo que hoje o artista representa. Paulinho da Viola é realmente um belo artista.

56

João Gilberto
Amoroso (1977)

KellerDH @Aug 05, 2007
Amoroso
João Gilberto
Amoroso Rated: 4.50 stars

Us rockers are so used to our favorite singers' voices getting thrashed by the time they've hit (or should I say, "made it to"?) thirty ... that we assume that an artist is usually at his/her best around 18, 19 or twenty-something. Well, Gilberto's voice just kept getting better with age. This album is a testament to that.

57

Sepultura
Roots (1996)

sallamanka @Dec 30, 2005
Roots (+2 Bonus)
Sepultura
Roots (+2 Bonus) Rated: 3.00 stars

Normalmente um disco ruim é o estopim necessário para fazer ascender as diferenças dentro de um grupo de rock. Até este momento, as diferenças são deixadas num segundo plano seguro o suficiente para não arruinar a vida financeira da galinha dos ovos de ouro desses indivíduos. O primeiro fracasso serve justamente para fazer cair a máscara da confraternidade artificialmente pregada pelos artistas.

Roots é uma espécie de fim da banda brasileira de maior sucesso no exterior desde os anos 80. Paradoxalmente, este álbum não é ruim. Pelo contrário. Vejo-o como uma guinada à ciência artística que diz ser necessário tocar o barco, progredir. De que adianta executar o mesmo trash tosco do início da carreira, sendo que estes discos já estão gravados e devidamente conhecidos pelo grande público?

Roots também é o retorno ao ninho desses exilados por conta própria que perceberam que a música brasileira é tão rica quanto a gerada no Hemisfério Norte, fonte recorrente dos irmãos de Belo Horizonte. E isto, infelizmente, causou a ira dos fãs, da mídia e dos próprios artistas.

Creio que a crise poderia ser suplantada, não fosse a intervenção de uma espécie de Yoko Ono do grupo, conforme boa parte da mídia denominava a esposa de Max Cavalera, gerente ¨linha-dura¨ da banda.

Depois deste álbum, não adquiri mais nenhum de seus trabalhos - exceto um disco de lados-B até então inéditos no Brasil. E este foi o fim de meu interesse adolescente pelo gênero trash-metal.

58

Antônio Carlos Jobim
Antônio Carlos Jobim (1963)

IENDIS @Dec 07, 2007
Antônio Carlos Jobim
Antônio Carlos Jobim
Antônio Carlos Jobim Rated: 4.50 stars

A relação bossa nova e jazz é quase como coisa de família. Este disco representa bem isso: lançado pela americana Verve em nível internacional e pela Elenco, no Brasil - a primeira um grande celeiro do jazz, a outra uma das mais importantes casas da bossa -, o álbum foi gravado em Nova Iorque com músicos brasileiros e norte-americanos.

É um certo exagero, com boa dose de má vontade, falar que os estadunidenses não tinham o melhor dos jeitos para com a bossa. Ora, se se admite que o estilo brasileiro tomou muito de empréstimo daquele gênero desenvolvido nos Estados Unidos, talvez não seja justo fazer pouco caso dos americanos que arriscaram se meter com a bossa nova, ainda mais quando se lembra de discos como, por exemplo, Big Band Bossa Nova, de Quincy Jones, ou até mesmo do clássico Getz/Gilberto [featuring Antônio Carlos Jobim], ambos lançamentos fantásticos mais ou menos da mesma época deste que ora resenhamos.

No mais, o repertório fala por si só: “Garota de Ipanema”, “Água de Beber”, “Corcovado”, “Chega de Saudade”, “Desafinado”... Mais do que uma coleção de clássicos absolutos, tem-se aqui um pouco da própria história da música brasileira.

Ah, como é difícil falar de coisas que têm uma aura tão enlevada se comparada à nossa insignificância!

59

Elizeth Cardoso
Canção do Amor Demais (1958)

sallamanka @Jan 01, 2007
Canção do Amor Demais
Elizeth Cardoso
Canção do Amor Demais Rated: 4.00 stars

Da união de talentos à altura de Elizeth Cardoso, João Gilberto, Vinícius de Moraes e Antônio Carlos Jobim poderíamos esperar algo grandioso à nossa música. Mais do que isso, Canção do Amor Demais situa-se num período conhecido por ser o divisor de águas da música brasileira, notável em seus primeiros acordes.

Percebe-se a quebra de paradigmas artísticos no modo de cantar de Elizeth que, assim como todas as divas brasileiras, deixa pouco a pouco de ser seguidora absoluta de Edith Piaf para presentear o cenário musical brasileiro com um novo estilo de vocalizar a música do país. Logicamente, os laços culturais cultivados por décadas ainda eram fortes demais para que tal entonação fosse simplesmente descartada. Mas, aí está a graça de se ouvir este tipo de disco, belíssimo, atentando-se aos detalhes culturais que o permeavam.

Não é por acaso que a partir daquele momento a bossa nova explodiria pelo mundo, demonstrando o modo brasileiro de viver aos mais distintos rincões do planeta.

60

Gilberto Gil & Jorge Ben
Ogum Xangô (1975)

imspotts @Sep 13, 2006
Gil & Jorge
Gilberto Gil & Jorge Ben
Gil & Jorge Rated: 4.00 stars

A great album that’s quite different than anything either artist had previously recorded. The recording captures a monumental meeting between two friends with their acoustic guitars. Gilberto Gil, who at one point had sworn off writing music after hearing Jorge Ben for the first time, seems most comfortable in this loose, relaxed setting. The pieces from both artists, usually recorded as tightly arranged pop songs, are presented here as lengthy acoustic jams. Versions of familiar songs from boths artists stretch on as long as 10 minutes with vocal and instrumental improvisation. Each artist and his guitar is split to different sides of the stereo making an easy distinction between their individual guitar and vocal stylings. Though this might not be the best place to start for someone interested in these artists, it is truly a gem for those familiar with these two amazing artist’s work.

61

Jorge Ben
Força Bruta (1970)

DJMarkinho @Jul 31, 2006
Força Bruta
Jorge Ben
Força Bruta Rated: 4.50 stars

Great samba rock album! All songs have the warm and funky sounds of Jorge's acoustic guitar. The titlesong I love the most: " Força Bruta".
"Zé Canjica" is a more quite song, but with great percussion on the background. Other catchy songs are: "Apareceu Aparecida", "Pulo Pulo" and "O telefone tocou novamente".

62

Marisa Monte
MM (1988)

sallamanka @Jul 28, 2008
MM
Marisa Monte
MM Rated: 2.00 stars

Marisa Monte não é a culpada por este álbum ter sido eleito um dos 100 principais discos brasileiros de todos os tempos pela revista Rolling Stone local. Mas ele não o é. E está longe de ser.

O processo de avaliação artística através da qual cada indivíduo define o que lhe agrada é, claro, algo muito subjetivo. Por isso, tentei colocar-me no lugar dos jornalistas que votaram neste álbum. Mesmo assim, falhei na tentativa de encontrar uma justificativa técnica para a eleição deste trabalho.

Nenhuma das versões interpretadas por Marisa Monte supera as originais. E a artista tenta diversos gêneros nacionais amplamente conhecidos pelo público. Portanto, o ponto fraco do disco não diz respeito ao erro na escolha de seu estilo musical.

A banda que acompanha a cantora também não apresenta nada de inovador e a artista ainda peca por tentar copiar o estilo vocal dos artistas responsáveis pelas gravações originais destas composições.

Na melhor das hipóteses, tudo não passa de uma homenagem saudosista dos trintões que viveram intensamente os anos derradeiros da década de 80 que, sim, foram marcados pela presença constante de Marisa Monte nas rádios populares de todo o país.

63

Milton Nascimento
Milagre dos Peixes (1973)

kloewer @Jul 15, 2007
Milagre dos Peixes
Milton Nascimento
Milagre dos Peixes Rated: 5.00 stars

It's hard to listen to this and not fall completely in love with Milton Nascimento. I'm sure in Brazil he's considered a hero but the rest of the world has regrettably neglected his magnificent talents. The tunes here give the impression of being deep in a jungle the way the percussion and melodies so sparce as to be just touching one another, the flourishes of textures rattling first this side then that. Nascimento himself sounds like some mystic bird / primate crooning away. I can't wait to buy all of his albums.

64

Nara Leão, Zé Keti & João do Vale
Show Opinião (1965)

palude @Sep 12, 2008
Show Opinião
Nara Leão, Zé Keti & João do Vale
Show Opinião Rated: 4.50 stars

Uma mistura de teatro, stand-up comedy, comício, espetáculo musical e inúmeras outras coisas que poderiam ser citadas. O talento dos 3 artistas de conduzirem um show de entretenimento que além de boa música, age com bom humor intercalado por um grande tom de denúncia e revolução. Nara fala: "não acho que porque nasci em determinado tipo de lugar, posso cantar um determinado tipo de música" e realiza isso. Citações dentro da música como a de "Morte e Vida Severina" dentro da música Incelança são de arrepiar e momentos marcantes não faltam como a denúncia do desvio dos remédios não faltam ou mesmo a migração nordestina, eternizada por Maria Bethânia, neste mesmo show - quando substituiu Nara - na música Carcará.

Os artistas parecem muito a vontade na gravação, a platéia reage muito satisfatoriamente aos comentários e a perfeição é mesmo ser um show ao vivo sem muita rebuscação. Este estado bruto garante todos os prós contra uma possível falta de qualidade da gravação.

65

Nelson Cavaquinho
Nelson Cavaquinho (1973)

sallamanka @Feb 16, 2008
Nelson Cavaquinho
Nelson Cavaquinho
Nelson Cavaquinho Rated: 3.50 stars

A voz de Nelson Cavaquinho é impagável. Talvez até seja a principal fonte de interesse deste álbum. Não que seus arranjos ou técnica como instrumentista não sustentem o disco. O fato é que o trabalho não foi pensado para agradar aos não-sambistas. Isto é ótimo, já que sua importância deve ser medida pelo reconhecimento do público daquele gênero. Porém, creio que o disco pouco faz para ultrapassar os limites deste gueto musical.

Cabe aqui, uma explicação para o direcionamento de minha resenha para este modo de interpretar tal obra.

Recentemente, a revista Rolling Stone brasileira elegeu os 100 discos indispensáveis da MPB. Este Nelson Cavaquinho é um deles.

Apesar da qualidade do trabalho, não creio que ele tenha força suficiente para conquistar os ouvintes de outros estilos. Trata-se, acima de tudo, de um bom disco de samba.

66

Caetano Veloso
Cinema Transcendental (1979)

mangiapetardo @Jul 11, 2006
Cinema Transcendental
Caetano Veloso
Cinema Transcendental Rated: 4.00 stars

last night i attended the solo concert of c.v. in Perugia, the concert was good (dispite i prefer a lot when a singer got a band behind him) and this guy is a real good guitar player (althoug the big thing is of course his voice) one of the best song he did was Cinema Trascendental from the album with the same name) - between a verse and another he whisled the line that in the record is played by a keyboard (great).

For a strange case i carried at the concert with me just the cd Cinema Trascendental, and thanks to three crazy, screaming, brasilian girls (one of them from the native town of c.v., she even told she knew caetano's mother) i got the opportunity to make caetano sign the cover of my cd ( i have to say..... he didnt want to sign it, i think he was too tired, but he's a nice guy and at last he did).

Now I've got this copy of Cinema Trascendental signed by C.v., good, this does't add nothing - of course - to the music in it, always not less than good, and with some moment very bright (louco por voce, cajuina, oracao ao tempo, menino do rio).

worth check it out

67

Jorge Ben
África Brasil (1976)

khurcius @Aug 05, 2004
África Brasil
Jorge Ben
África Brasil Rated: 4.00 stars

Jorge Ben no es que haya ido de bicho raro dentro de la pluriforme MPB. Simplemente ha sido el talento más atípico y más incomprendido de su generación. Sin ser un artista de talla en absoluto inferior a ellos, no ha gozado de la repercusión internacional de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque y compañía. Tampoco se explica su posición secundaria en la jerarquía oficiosa desde la radicalidad. Ben podía ser un experimentador, un adelantado a su tiempo o un creador imprevisible, pero de ninguna manera anticomercial. Casi todos sus discos de los sesenta y setenta están infestados de singles irresistibles: canciones que suenan familiares a todo el mundo sin que muchos se hayan tomado la molestia de indagar en las circunstancias de su autor.

"África Brasil" es su apoteosis funk-rock. Un disco en perfecta sintonía con lo que por las mismas fechas podían ofertar Sly Stone, James Brown, Curtis Mayfield o Stevie Wonder y que, desde luego, resiste la comparación con las obras señeras de cualqueira de ellos ("in the Groove", pero, Brasil aparte, en la clandestinidad).

Lleno de fiebre, arrebatado, tribal, hiperbailable, enrabietado y reflexivo al mismo tiempo, el disco es una bomba energética que se beneficia de la plena complicidad de los músicos reclutados para la ocasión. Ben, como un poseso, canta, aúlla, inventa efectos guturales, recita o participa de la prehistoria del rap. Los textos, anticonvencionales hasta decir basta, pueden intercalar loas a Zico y a Hermes Trimegisto con proclamas sociales, relatos alucinados, recetas hedonistas y buenas dosis de sarcasmo. Un artista en estado de gracia al que se le puede perdonar hasta la extravagancia de incluir aquí una nueva versión de "Taj Mahal" que no añade ninguna gloria especial o una relectura innovadora de la tremenda canción de 1972, ésa a la que tanta rentabilidad sacaría después el pilluelo de Rod Stewart clonando su estribillo en "Da Ya Think I'm Sexy?".

68

Los Hermanos
Ventura (2003)

multiverse @Nov 22, 2004
Ventura
Los Hermanos
Ventura Rated: 4.00 stars

Not too many Brazilian albums end up in my hands, but this one did. It's an old cliché to say that music is the universal language, but when the music is good it doesn't matter that you don't understand the lyrics. Of course it would be embarasing to be singing some nazi messages without knowing them, but this is not the case.
Los Hermanos is a Brazilian promise. They mix pop, rock, bossa nova and funky elements to deliver touching melodies and relaxed songs. The use of trumpets and guitar distortions produce weird but soulful impacts on the listener.
_Ventura_ is a delightful collage of influences (I even remember The Beatles while listening to some of its passages) with a clear focus in mind: to make nice music.
The only problem with the album is that I keep on thinking that the great amount of sparks that appear through the album could be transformed into a continuously shining ray of light. I just feel that they could make it much better and I bet they soon will. You can sense it while you play Ventura.

69

Mundo Livre S/A
Samba Esquema Noise (1994)

...

70

Stan Getz & João Gilberto
Getz/Gilberto [featuring Antônio Carlos Jobim] (1964)

aldc @May 04, 2007
Getz/Gilberto [featuring Antônio Carlos Jobim]
Stan Getz & João Gilberto
Getz/Gilberto [featuring Antônio Carlos Jobim] Rated: 5.00 stars

Has to be, for many reasons, on anyone's top five jazz albums ever. Incredible chemistry between the three featured performers, the pinnacle of bossa nova, tremendous song choices, and Getz' sax which sounds more like a human voice at times than any instrument should be able to manage.

The first track has been played in every conceivable venue too many times it's true. But it never seems to lose its appeal. I've heard several groups cover it, mostly in an ironic way, but it's a balloon that's hard to burst. The whole album is now like time travel, but if it's dated, who's reaching these heights today?

I was lucky enough to hear Getz perform not long before he died, and he was great -- but he never got better than on this disc... and nor did his collaborators, with or without him.

71

Aracy de Almeida
Noel Rosa (1950)

sallamanka @Nov 06, 2007
Noel Rosa
Aracy de Almeida
Noel Rosa Rated: 4.00 stars

A Aracy de Almeida em início de carreira apresentava uma timbragem vocálica menos rouca se comparada àquela que nos acostumamos a ouvir no programa do Silvio Santos. As melodias saíam mais lisinhas e suaves. Tal característica não agrada a mim. Prefiro sua rouquidão e postura propositalmente desleixada que seriam marcas registradas da cantora no decorrer de sua carreira.

As composições deste álbum também refletiam as influências da música francesa sobre a música brasileira. E sobre o samba, inclusive. Os arranjos desta época eram altamente caracterizados pelas levadas das chansons francesas, mundialmente famosas através dos trabalhos de Édith Piaf. Já fiz esta comparação em outra resenha e agora tenho esta mesma impressão, ainda mais forte, conforme ouço este disco. No álbum Aracy de Almeida ao Vivo e à Vontade, o samba presente já se apresenta com vida própria.

A capa deste álbum é um destaque à parte. Ilustrada por Di Cavalcanti, é belíssima.

72

Os Mutantes
Jardim Elétrico (1971)

blackmore4 @Mar 12, 2006
Jardim Elétrico
Os Mutantes
Jardim Elétrico Rated: 4.50 stars

I did an odd thing a few days ago. I bought a couple of tickets to see Os Mutantes. Not in a dream with Rod Taylor in his time machine but wide awake on my computer from the website of a venue up the road from where I live. I’m one who never catches the devil on a brandy and chocolates break, so I’m wondering… is religion on the wane? Have the planets lined up right or… something?
May 22nd 2006 is the hallowed date in Pop history that I have to look forward to; the enormity of which means that whatever devilry befalls me in the next few weeks, I’ll be armed with something I’ve been missing since I was about eight. Hope!
There is, of course, a big sharp pointy needle stuck in the side of this perfect bubble of purple and gold exultation and that is… (grief stricken whisper)… Rita won’t be there. Whatever potential rapture is in the offing, my soul (I do not jest) howls and will continue howling, from now, until and throughout the concert, its deep mourning of her absence. But… BUT... Arnaldo! Sergio! Dinho! Together on the same stage for the first time in thirty years, playing music from five of the best albums of the 20th century!
To get to the point, I hope their set list raids Jardim Eletrico as much as any of the others. For some strange reason, it has taken on a groundless, shaky reputation as their first faltering step into the proggy abyss. These 'prog' charges against Mutantes aren’t painfully relevant until after they booted Rita out in 1972. Only then was the name used in vain with Sergio and assorted faceless musos engaged in their misguided theory exercises. Naturally, as with any of the ‘greats’ there are a few crappy bits and bobs you wish never existed: 1 here, a couple of songs instigated by bassist Liminha on the least essential Mutantes album, Mutantes e seus Cometas no País do Baurets, and stylistically, the last Rita/Mutantes LP, Hoje é o Primeiro Dia do Resto da sua Vida, might take a few hard swallows for tripped out ‘psyche’ fanatics of their 1st two ‘psychedelic’ masterpieces but once past the occasional naff virtuoso flourish, the songs are fantastic. Overall, the goofs are far outweighed by the genius that surrounds.
Jardim Eletrico is packed with goodies, performed with all the glee, charisma and near certifiable derring-do of their first three celebrated records. It is, like its predecessor A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado, slightly more ‘rock’ but, apart from one song, none the worse for it. The offending tune is the title track which starts splendidly with stunning dissonant three part harmonies but then meanders off into a rather nasty, gaping black noodle hole. Okay, so maybe Arnaldo might also have toned down his rock screams on ”It’s Very Nice, Pra XuXu” and Sergio's guitar excess in ”Sarava” does cop Santana a little too obviously, but they’re great songs. It may be worth recalling that Abbey Road contained ”Octopus’s Garden” and “Maxwell’s Silver Hammer”.

So, wash away these minor hiccups with whatever suits. Here are 8 reasons to plug into Mutantes garden and revel: -
1) Rita’s delinquent toddler vocal on the funky bubblegum of ”Top Top”.
2) The massive plate reverb bliss of Rogério Duprat’s divine orchestration of Arnaldo’s gorgeous Burt Bacharach-Pop mutation, ”Benvinda”.
3) The whispered off-key beauty of Rita’s delivery of the title ”Tecnicolor”. Her ‘r’ at the end of this word is the greatest enunciation of this particular letter in recorded sound!
4) Sergio’s graceful flamenco runs on his nylon-string and the tasty cheese Tijuana trumpet hokum afoot in the Tequila-soaked cartoon atmosphere of ”El Justisciero”.
5) The instrumental passage in ”Portugal De Navio” where the clean jazz-octaved guitar riff is doubled by vibraphone over a delightfully crappy blues harmonica rasp – chart dot nirvana.
6) Rogério Duprat’s flute / bassoon interplay (which doesn’t feature on the Tecnicolor album version) on their cheekiest Beatle mutation ”Virginia”.
7) Arnaldo’s vocal (or is it Sergio?) on Lady Lady, sounding both sincere and deviant amidst the most Paul McCartneyesque (or, it has to be said, Gilbert O'Sullivanesque) sickly sweet, yet scrummy, chord sequence in existence.
8) The greatest version of one of the cornerstone songs of the Tropicalia movement, ”Baby”. Overdub free, each member’s soft, tasteful restraint combines to achieve one of their most remarkable performances as a ‘band’. Liminha and Dinho’s breezy bass & drums bossa; Sergio’s delicate acoustic rhythm; Rita’s breathy, pastel hued sigh of a vocal and the full quota of Arnaldo’s piano genius. His giddy counterpoints with their unlikely mixture of cocktail, be-bop and classical are as ‘right’ as they are unbelievable.

I think the time is nigh for night classes. At Rita’s so perfectly purred urging in ”Baby”, it really might be time to... "learn Portuguese."

Postscript: -
RITA, PLEASE GET ON THE PLANE.
As long as Arnaldo has ground floor hotel rooms, everything should be fine.

73

Angela RoRo
Angela Ro Ro (1979)

sallamanka @Nov 06, 2007
Angela Ro Ro
Angela RoRo
Angela Ro Ro Rated: 4.50 stars

A voz de Ângela Rô Rô é ótima. Grave e bem colocada, contrapõe-se perfeitamente às composições suaves e voltadas ao blues predominante neste título lançado em 1979.

Ao ouvirmos o trabalho cientes do contexto em que a artista vivia, temos uma obra ainda mais valorizada. O ¨submundo¨ habitado por Ângela - conforme percebido pela sociedade tradicionalista - adquire uma atmosfera romantizada, que acaba por despertar a atenção e a curiosidade de quem está de fora. Algo como ouvir ao Transformer de Lou Reed e desejar percorrer as ruas de Nova York apenas para observar os tipos descritos em suas letras.

A qualidade do álbum de estréia da cantora carioca ainda nos faz perceber o desperdício de talento que ocorria concomitantemente à sua vida conturbada. Caso sua vida pessoal fosse mais regrada e a profissional melhor gerenciada, Ângela Rô Rô teria amplificado seu grau de importância no cenário da música popular brasileira.

74

Titãs
Õ Blésq Blom (1989)

sallamanka @Jan 30, 2009
Õ Blésq Blom
Titãs
Õ Blésq Blom Rated: 3.50 stars

Ouvia várias músicas deste título através das rádios paulistanas dos meses derradeiros da década de 80. Desde então, perdi o contato com elas e apenas agora, já não mais um adolescente, pude perceber como o disco soa oitentista, mas com pés nos anos 90. Esses, caracterizados pelo rock alternativo em ascensão, que os Titãs viriam a abraçar definitivamente - enquanto era esta a sonoridade em voga - no disco Titanomaquia.

Esta última observação, aliás, define toda a carreira do Titãs.

A banda esteve sempre de mãos dadas com o que há de mais atual na música popular internacional. Daí a sua própria popularidade no país em que os discos importados de bandas que lançavam moda lá fora não podiam entrar. O Titãs era como o amigo que viajava ao exterior e trazia tais preciosidades na bagagem e embasbacavam os locais com os sons inacessíveis do estrangeiro. No caso dos músicos paulistanos, no entanto, a experiência foi além, pois as composições partiam deles próprios.

Dito tudo isso, não é de se estranhar que o disco soa datado (com todas as acepções, positivas e negativas, da palavra). E menos estranhamento ainda deve causar o reconhecimento dos serviços prestados pela banda que fez o certo, no momento certo, de nosso cenário cultural das últimas décadas.

75

Tim Maia
Tim Maia (1971)

sallamanka @Apr 30, 2008
Tim Maia
Tim Maia
Tim Maia Rated: 4.00 stars

A fama de descumpridor de obrigações profissionais do artista contradiz o empenho com que o cantor estudou e fez com que sua voz evoluísse durante o transcorrer de sua carreira. Neste disco, seu instrumento de trabalho mostra-se promissor, mas ainda longe do ápice que atingiria nos anos seguintes.

O equilíbrio artístico é provido, portanto, pela boa escolha de arranjos e ritmos que se desenrolam animadamente neste trabalho. O alto astral é interrompido apenas pelas poucas faixas mais lentas, que não coincidentemente são as mais fracas da obra.

76

João Donato
A Bad Donato (1970)

chrismass61 @Jul 26, 2007
A Bad Donato
João Donato
A Bad Donato Rated: 4.50 stars

I have just found this reissue real cheap, and ... wow ! Donato credits James Brown as his major influence on this album, so we are far from Bossa Nova ... In fact he was invited by Blue Thumb to record anything he wanted, with any instruments he could find, including the burgeoning electronics of the time. Every instrument, except bass, was doubled for maximum impact, and Brazilian musicians mixed with Stan Kenton's musicians. Deodato came unexpected and arranged the record with Donato. And, cherry on the cake, Tommy LiPuma credit this album as a source of the Disco phenomenon (*where are you running ?*). Wow again !

The booklet and back notes are in Portuguese, English and French. Nice !

77

Dorival Caymmi
Canções Praieiras (1954)

sallamanka @Oct 28, 2008
Canções Praieiras
Dorival Caymmi
Canções Praieiras Rated: 5.00 stars

Canções Praieiras precedeu em cinco anos o similar Caymmi e seu Violão, sendo que o segundo apresenta além das oito faixas aqui disponibilizadas, mais quatro composições ausentes neste título.

Sendo assim, podemos descartar a fruição deste trabalho, certo?

Errado!

A precedência da obra torna imperativa a experiência com as primeiras gravações da música praiana de Caymmi. Embora esses arranjos sejam basicamente os mesmos daqueles apresentados cinco anos após seu lançamento original, a entonação emocionada de Caymmi trata de revitalizar algo que sequer chegou perto de perecer.

E assim é iniciada com muita qualidade a jornada bem-sucedida da carreira do músico baiano, que já se mostrava produtiva desde as parceiras com Carmen Miranda.

PS. A qualidade dessas gravações é ótima e surpreende quando ladeada com trabalhos contemporâneos.

78

Gilberto Gil
Gilberto Gil (1968)

...

79

Maria Bethânia
Álibi (1978)

Waldenor @Oct 23, 2006
Álibi
Maria Bethânia
Álibi Rated: 4.50 stars

This album shows Bethania's voice with a perfect blend of emotion and technique. However, leaving emotions aside, one could list a couple of flaws here: the arrangements are outdated, Bethania dives too deep into pop and some songs are too ridiculously romantic. Perhaps, Bethania herself would explain this by citing Fernando Pessoa, as she does eventually in her gigs: love songs, if there is love, must be ridiculous...

80

Gal Costa
Gal Costa (1969)

...

81

Ira!
Psicoacústica (1988)

sallamanka @Jul 30, 2008
Psicoacústica
Ira!
Psicoacústica Rated: 3.50 stars

A fase áurea do chamado BRock (Rock Brasileiro dos anos 80) teve seu ápice no ano de 1986. Foi nele que aclamados títulos como Selvagem?, Cabeça Dinossauro e Dois foram lançados.

Psicoacústica, por sua vez, soa como um epitáfio daquela fase, já no ano de 1988. Ali, o movimento roqueiro no Brasil começa a se diluir e os pequenos grupos de nomes estelares cedem lugar a nichos menos homogêneos e também menos aclamados pelo grande público. Este título não é revolucionário musicalmente, mas é capaz de sintetizar tal mudança de ares nas searas roqueiras do país. É um título que carrega certo apelo romântico principalmente por esse motivo.

82

Roberto Carlos
O Inimitável (1968)

sallamanka @Dec 04, 2010
O Inimitável
Roberto Carlos
O Inimitável Rated: 4.00 stars

Alguns fillers incontestáveis, acompanhados por grandes clássicos do cancioneiro popular brasileiro. Quem não cantarola as melodias dos metais que precedem o refrão de ¨Eu, te Amo, te amo te amo¨? Ou nunca parodiou alguma pessoa ciumenta entoando a impagável ¨Ciúme de Você¨? Com tanta dor-de-cotovelo aglutinada em apenas um único bom e velho vinil, o status de clássico, apesar da breguice, é mais que merecido.

83

Antônio Carlos Jobim
Matita Perê (1973)

...

84

Caetano Veloso
Qualquer Coisa (1975)

ignatius @Jan 11, 2004
Qualquer Coisa
Caetano Veloso
Qualquer Coisa Rated: 4.00 stars

I don't understand a lick of Portuguese, but this hasn't stopped me from falling in love with many incredible Brazilian records from days past. Here we have a very stripped down, intimate collection of exquisite acoustic guitar and vocal-based songs sung with the usual velvet confidence by Mr. Veloso. Not only am I constantly blown away by his seemingly casual guitar virtuosity, but the way he phrases his vocals in the context of the whole song is astonishing.

I tend to prefer this type of mellow, introspective work over his earlier, more erratic rock-based stuff. Though there are many great moments there too, I can't look past the greatness of this album.

My only gripe ( and a minor one ) would be the three Beatles covers ( in a row?!) that, while sonically amazing, tend to bug me a little. Why cover the Beatles like a million others when you've obviously got an arsenal of amazing songs of your own?

85

Roberto Carlos
Jovem Guarda (1965)

86

Itamar Assumpção
Beleléu, Leléu, Eu (1980)

sallamanka @Jun 10, 2007
Beleléu, Leléu, Eu
Itamar Assumpção
Beleléu, Leléu, Eu Rated: 4.00 stars

Itamar Assumpção é um nome intimamente ligado aos experimentos, às trupes de artistas de diferentes áreas e ao desligamento do mundo estritamente comercial da indústria fonográfica. Todas as características citadas são percebidas neste álbum.

A mistura de ritmos díspares gera um gênero inominável da música popular que segue as brincadeiras instrumentais de artistas como Arrigo Barnabé (companheiro artístico de Itamar) e Hermeto Pascoal. Estes, com toda a criatividade e ausência de padrões estéticos típicos da MPB, formam uma espécie de tríade amalucada da nossa música.

Itamar Assumpção também demonstra sua união com artistas de vanguarda e os apresenta no início do disco. Passa a impressão dos trabalhos de interpretação e das exposições que ocorriam concomitantemente à sua própria performance sobre o palco.

Essa postura, claro, o afastou de qualquer popularidade proporcional ao seu talento. Hoje, sua música é restrita a ouvintes que não têm qualquer preconceito com a música de vanguarda.

O senão deste trabalho diz respeito à tecnologia empregada nos estúdios de gravação durante a década de 80. Não sou fã da sonoridade daquela época, uma espécie de robotização sonora que criava vácuos entre instrumentos e vozes e prejudicava a harmonização das composições.

87

Marisa Monte
Verde, Amarelo, Anil, Cor-de-Rosa e Carvão (1994)

LillOne @May 18, 2007
Verde, Amarelo, Anil, Cor-de-Rosa e Carvão
Marisa Monte
Verde, Amarelo, Anil, Cor-de-Rosa e Carvão Rated: 4.50 stars

Best known in USA and Europe as part of the Tribalistas trio, Marisa Monte has a long and rewarding solo career of which this is possibly her best effort.
Modern MPB, sung with a crystal voice and classy arrangements.
Very easy to listen to but never trivial or simple.
Like a pearl into an oyster, "Bem Leve" is the treasure of the disc.
Do yourself a gift and listen to it!

88

Racionais MC's
Nada Como Um Dia Após o Outro Dia (2002)

RaiSantos @Mar 01, 2008
Nada Como Um Dia Após o Outro Dia
Racionais MC's
Nada Como Um Dia Após o Outro Dia Rated: 4.50 stars

Uma obra-prima do rap. Nada mais.



A rap masterpiece. Nothing else.

89

Mundo Livre S/A
Carnaval na Obra (1998)

sallamanka @May 18, 2008
Carnaval na Obra
Mundo Livre S/A
Carnaval na Obra Rated: 2.50 stars

O Mundo Livre S/A em início de carreira fazia parte do burburinho que era o cenário musical pernambucano que estava prestes a aparecer para o restante do país e do mundo graças aos abre-alas Chico Science & Nação Zumbi que modernizaram uma sonoridade já conhecida do Brasil dos anos 60 e 70 através da eletrônica.

Com o sucesso, vieram as produções mais caprichadas de profissionais de outras regiões do Brasil, que bebem mais do caldo cultural do estrangeiro do que das regiões culturalmente imaculadas do próprio país. O resultado? Um disco tecnicamente redondo, mas com sonoridade vascilante, cansativa e pouco original. As 14 faixas aqui disponibilizadas soam como uma só, mas não pela homogeneidade bem vista e quista pelos fãs de um álbum conceitual.

A falta de criatividade nos efeitos eletrônicos é o maior culpado pela insipidez do trabalho, que é um símbolo do que uma visão meramente empresarial pode causar em uma peça artística.

90

João Donato
Quem é Quem (1973)

burt @Jun 18, 2007
Quem é Quem
João Donato
Quem é Quem Rated: 4.00 stars

Electrified 70s Bossa Nova mixed with some (fusion) jazz. The opener "Chorou, Chorou" sets the mood in for a confident, yet very laid back 33 minutes. All musical excesses, be it "brazilian samba fever" or "instrumental jazz wizadry/improvisation" are totally avoided and end up in a extremely mellow and mature album with a great variety. Spoken word parts, scatting, slight funk influences, orchestral arrangements interact with each other without ever ever being out of place and creating a huge musical cosmos within a short time. I guess the more you listen to it, the more captivating it gets.

In a sense this is 100% perfect music. Soul, passion, good singers, instrumental mastery of all players, classy production, even musical humor. It is all present. However, sometimes it is so smooth and perfect, you hardly notice that it is there. It has no weak spots and that why it is hard to grip, which paradoxically is the true weak spot of this album. It is too perfect.

91

Gal Costa
Cantar (1974)

burt @Jun 14, 2007
Cantar
Gal Costa
Cantar Rated: 4.00 stars

Just as good as its predecessor "India". Among the best music to come out of Brazil (at least for my un-sambafied european ears).

92

Antônio Carlos Jobim
Wave (1967)

bhw1972 @Jan 05, 2004
Wave
Antônio Carlos Jobim
Wave Rated: 5.00 stars

Ogerman and Jobim have created yet another masterful album. Several cuts on this album went on to become jazz standards. Triste and Wave became hits for other artists, notbably Sinatra and Wanderley. Look to the Sky, featuring an unltra smooth trombone solo by Urbie Green, is one of the highlights. It is incredibly smooth with Ogerman's strings providing a soft cushion for Jobim's piano. Antigua is another gem. Using a harpsichord instead of the piano, it creates a unique sound against the smooth rhythmic beat of Ogerman. If you are not familiar with this classic album, do yourself a favor and get it. It's one that you will listen to over and over again.

93

O Rappa
Lado B Lado A (1999)

progshine @Feb 21, 2008
Lado B Lado A
O Rappa
Lado B Lado A Rated: 4.50 stars

O melhor disco brasileiro dos anos 90, com certeza.

94

Ira!
Vivendo e Não Aprendendo (1986)

sallamanka @Feb 17, 2006
Vivendo e Não Aprendendo
Ira!
Vivendo e Não Aprendendo Rated: 4.50 stars

O status adquirido pelo Ira! no início de sua carreira poderia ter ascendido a um patamar invejável atualmente, se não fosse o ¨canto da sereia¨ que atingiria grande parte dos sobreviventes do BRock nos anos derradeiros da década de 90. Aos que não sabem, estou me referindo à onda de gravações de acústicos para a MTV brasileira, cujos arranjos presentes eram os mais melosos e popularescos possíveis. Tratava-se, portanto, de uma jogada mercadológica para reavivar as carreiras de vários desses grupos. A maioria deles, decadentes.

O Ira! é a típica banda que nasceu grande e foi se apequenando com o tempo. Esse disco, Vivendo e Não Aprendendo torna-se um gigante diante dos trabalhos mais recentes do quarteto paulista e seu título pode ser utilizado como epígrafe de seus membros. Trata-se de uma verdadeira aula de perspicácia artística aliada ao talento desses músicos que souberam se inserir na cena musical de seu tempo com originalidade, mas não mantiveram os mesmos traços com o passar do tempo.

Cada faixa aqui disponibilizada poderia fazer parte de uma coletânea quase completa. E este ¨quase¨ indica mais uma vez a ausência de fôlego criativo do Ira!.

Mas, porque lamentar os desvios ocorridos com o passar do tempo, se este título é uma grande fonte de prazer musical por si só? Esqueço, portanto, o Ira! de hoje e recorro à banda que colocou um hit na abertura da novela que assistia quando era criança, ou àquela que se apresentou (em um show muito tosco) ao calouro que iniciava seus estudos na faculdade, ou ainda, ao grupo já antiguinho que lançou este ótimo disco que ainda acompanha o adulto que voz escreve.

95

Gilberto Gil, Gal Costa, Caetano Veloso & Maria Bethânia
Doces Bárbaros (1976)

sallamanka @Mar 07, 2008
Doces Bárbaros
Gilberto Gil, Gal Costa, Caetano Veloso & Maria Bethânia
Doces Bárbaros Rated: 4.00 stars

A apresentação ao vivo dos quatro artistas baianos é animadíssima, a ponto de o alto-astral demonstrado por eles eclipsar alguns escorregões técnicos gerados pela ausência do número maior de ensaios. Este pequeno senão pode ser constatado pelos cortes abruptos de voz de alguns, enquanto outros esticam demasiadamente suas entoações. Esta característica pode ser encarada positivamente se valorizarmos a improvisação na música.

O disco é longo e a versão em CD divide 18 faixas em dois discos, o que torna a experiência um pouco cansativa. Ficaria muito satisfeito com a fruição apenas do primeiro álbum, já que o segundo representa a continuação sem sobressaltos (desejáveis) daquilo que já havia sido apresentado no início do show.

De qualquer forma, trata-se de um trabalho imperdível aos que apreciam as carreiras individuais desses importantes nomes da MPB.

96

Júpiter Maçã
A Sétima Efervescência (1997)

BrenoB @Sep 17, 2005
A Sétima Efervescência
Júpiter Maçã
A Sétima Efervescência Rated: 5.00 stars

[i]A sétima efervescência is one of the finest albuns released in the mid-90´s in Brazil. Former [i] Cascavalletes, Flávio Basso, became Júpiter maçã(because of his grandpa nickname and the record label form the beatles) to release an amazing, stunning and unpredictable album. Fusing the best from [i]Mutantes,[i]Beatles , [i]Syd Barret, psychodelic, mod, jovem guarda and kinky lyrics, the result is a sound impecable and joyful, elevating brazilian pop to higher levels. it´s a shame that it is so unknow in his own country. worth to hear it!!

97

Caetano Veloso
Araçá Azul (1972)

imspotts @Jul 29, 2006
Araçá Azul
Caetano Veloso
Araçá Azul Rated: 4.50 stars

What’s gotten into Caetano?! Singing in Spanish? An album cover which leaves little to the imagination? Music that is more dissonant and experimental than anything else he’s created? Araca Azul, Veloso’s first work upon returning from exile in London, earned the renowned honor of being Brazil’s most refunded album ever. This quirky, weird album is like a history of Brazilian music through the deranged, totally pissed-off eyes of Veloso.
Upon first glance, the listener is left confused and disassociated. The album opens with “Viola, Meu Bem,” a tribal introduction, featuring only vocals by Edith Oliveira along with light percussion. Do I have the right CD in? (You think to yourself) “De Conversa” cuts in with a meditative, percussive acapella (is that Portuguese or gibberish?) mouth-sounds, phrases, whistling, giggling, before Caetano’s vocals eerily seeps in, repeating the verse over and over, faster and faster to mild climax. Stop. Enter melodious, Joao Gilberto influenced Caetano, acoustic guitar, Spanish lyrics (not Portuguese), beautifully performed “Cravo E Canela.” Three tracks later, “De Cara” features Lenny back on guitar. The whole song could have come from Veloso’s self-titled 1969, Tropicalia in full swing. The album continues on like a mixed bag of tricks, dabs of Avant, Bahian Folk, Tropicalia, and Bossa Nova.
For me, the whole thing works. This is not a mish mash of material, this is experimental work by Veloso at a time where he subversively wanted to give the totalitarian government the finger by expressing full-fledged creative liberties. This is best exemplified in the albums masterful “Sugar Cane Fields Forever” (try and figure out that reference). The epic 10:15 song is comprised of two competing segments, literally cutting back and forth between Caetano and Edith Oliveira. Caetano’s segments build and build from slow dissonance (vocals and flutes) to chaotic, doomful orchestration, as Oliveira builds alongside, deepening the indigenous chorus and percussion. The piece weaves and bobs, sometimes on top of each other, sometimes unassociated, raises to a peak and then gently declines to Caetano alone. Powerful.
A great album.

98

Elis Regina
Elis (1972)

yofriend @Jan 25, 2006
Elis
Elis Regina
Elis Rated: 4.50 stars

It's a shame that it has to be so difficult to find the albums by Elis Regina. Elis from 1972 is a vintage album. Elis Regina branches out from the Bossa Nova straitjacket. It's a Pop album with a Jazz influence. Whatever Elis sings, it sounds as if the song was written just for her; take, for example, Águas de Março (Waters of March). Elis was known for her perfectionism.

Highlights: Cais, Atrás da Porta, 20 Anos Blue, Bala Com Bala and Nada Será Como Antes

99

RPM
Revoluções por Minuto (1985)

sallamanka @Nov 17, 2007
Revoluções por Minuto
RPM
Revoluções por Minuto Rated: 2.50 stars

Este disco está entre os cem melhores já lançados no Brasil, segundo a revista Rolling Stone. Esta informação me motivou a ouvi-lo novamente, após um hiato de quase vinte anos. Eu era uma criança, portanto, quando ele foi lançado. A curiosidade acerca das sensações confrontantes (ou não) das experiências espaçadas, também foi outro motivador para uma nova audição.

Sinceramente, se há uma justificativa para a escolha feita pelo juri nomeado pela revista, esta seria relacionada ao burburinho que o disco causou ao ser disponibilizado no mercado. Não há nada neste álbum que possa ser comparado às técnicas musicais empregadas pela bossa nova; à fotografia social do país externada pelo samba; ou à quebra de paradigmas imposta pela tropicália. Não. O RPM era um bando de rapazes que fazia música tipicamente estrangeira cantada em português. A não ser pelas melodias grudentas de algumas composições, não havia nada com que se empolgar.

Entendo que o ar nostálgico que deve ter permeado a mente dos jornalistas que votaram neste disco pode ter determinado sua eleição. Mas, ao analisar friamente este trabalho, sabemos que ele está longe de ser um dos 100 melhores lançados nestas terras.

No meu caso, ele faria parte de uma suposta lista: os 100 discos que marcaram a minha infância - e o trabalho gravado ao vivo pela banda, Rádio Pirata Ao Vivo, ainda estaria à sua frente.

100

Egberto Gismonti
Circense (1980)

khurcius @Feb 16, 2005
Circense
Egberto Gismonti
Circense Rated: 3.50 stars

Puede que sea el trabajo de Gismonti más recomendable para todos los que no estén especialmente deslumbrados por la onda en que se mueve habitualmente. Más vitalista, más enérgico, más "étnico" y mucho menos lánguido que en otros discos, el superdotado multiinstrumentista rinde un sentido homenaje al alma circense-carnavalera del Brasil y a sus mitos fundacionales.

Con una estupenda nómina de colaboradores y el concurso de una nutrida orquesta de cuerda, Gismonti se muestra variado de registros e inspirado en la composición. Después llegaría su consagración mundiál a través de ECM y la entrega a proyectos más jazzísticos y menos digeribles. Pero aquí hay aún reservas sobradas de frescura, sensualidad y alegría.

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